Os verdadeiros “doentes”

É triste ver que o futebol hoje é objeto de avaliação de intelectuais de merda, loucos pra se importar com quanto deve, quem paga, padrões europeus e praticidade.

É lamentável que no dia de um dos maiores jogos da história do futebol sulamericano existam pessoas ligadas ao esporte capazes de pensar em “ponderar” a importancia do dia, do jogo, ou talvez usar o evento para transformar tudo isso numa critica.

Desmistificando lendas e tentando ser mais reais que o Rei, surgem os azedinhos que não acham certo deixar com que o torcedor se iluda com futebol.

Tolos, pois é de paixão, sonho e ilusão que se fez o maior esporte do mundo.

Com eles, o discurso de “Copa”, “falta saúde e educação mas o Corinthians cobre tudo”, “onde já se viu a mídia parar por uma partida de futebol?”, entre outras barbaridades cheias de “pés no chão”.

Que me importa, hoje, se a fiel torcida é uma lenda ou um fato? Que diferença faz, entre 102 anos de história, discutir e reavaliar a importancia de um clube no dia de sua possível coroação?

Milhares de corações apertados e apaixonados esperando pilha positiva, mensagens de euforia e informação. E você aí, azedo, pequeno, pensando “como seria se fosse na Europa?”, ou “Esse povo não tem que trabalhar amanha, não?”.

Pior, bem pior! Pode juntar seus amigos também azedos, fatalmente fora da final, e avaliar os atos de “vandalismo” como fogos na madrugada. Se você acha graça, é imbecil. Se não acha, é culto. Se macho fosse, falaria ao vivo. Não sendo, faz sua campanha de “eu to aqui, não me deixem só” usando a web, onde todo nerd é malandro.

Tenho colegas jornalistas esportivos que foram viajar pra outra cidade. Porque? Porque torcem pra outro time e “não suportam” a festa alvi-negra.

É nas mãos dessa gente que está a paixão do povo? De racionais intelectuais de bosta que acham que fazendo carinha de critico e cagando uma regra bonita, partindo pro social e politico, tirando todo charme místico da coisa em troca de fatos, vão mudar o mundo?!

Nas mãos de quem quer menosprezar a todo custo. Procurar defeitos em dias festivos e na incapacidade profissional que temos, muitos de nós, em apreciar uma data como esta.

Diz o colega que “não muda nada pra mim se der Corinthians ou Boca. É só um jogo”. E é mesmo, como você, pensando assim, é só um jornalista.

“A cidade está um inferno!”, reclama o comentarista.

Não era pra ele achar aquilo fantástico? Afinal, vive, comenta e fomenta o futebol. E no dia de sua maior demonstração de poder sobre as pessoas… reclama?!

Que bosta de vida é essa que nos faz procurar defeitos em dias felizes, olhar primeiro o IPTU e depois o quanto ficou bonito o bairro? Que tipo de gente fica irritada em trabalhar num dos mais importantes dias do futebol, sendo um profissional do futebol?

Pra quem estamos falando? O quanto deste azedo torcedor violento que só enxerga resultados e briga é culpa nossa, afinal?

Hoje voltei pra São Paulo só pra ver um time que não é o meu fazer história. Perdendo ou ganhando, fazendo parte de um dia absolutamente inesquecível pro esporte nacional.

Aqui, noto euforia. Torcedores enlouquecidos como tem que ser. Anti-torcedores tirando sarro e também incomodadíssimos com a competencia alheia. Tudo normal! Tudo lindo.

E aí abro a internet e vejo que aqueles que levam o futebol ao torcedor estão, em muitos casos, passando o dia tentando diminuir o evento, a data, o show.

“Não gosto de oba-oba”, diz o intelectual reporter sem poder de comunicação algum, que só entra, cumpre, sai e bate cartão. Mediocre, como a vida dele tende a ser, como o futebol não permite que seja.

E ai vem a noite, o Pacaembu se ilumina, as pessoas choram, comem unhas, se abraçam sem raça, religião ou cor. Os times em campo, o país parado, você ali, paralisado vendo o jogo e, talvez, pensando: “Porque eu não pensei nisso antes? “.

Porque é mais fácil se diferenciar remando contra a maré do que remar mais forte e melhor na mesma direção da maioria.

Futebol é o modo mais genial que o homem encontrou para tirar o ser humano da realidade e leva-lo a um outro nível, onde não existem problemas, amanhã e nada além da alegria de vencer, torcer, perder, ser parte daquilo.

E você quer traze-lo de volta pro chão justo quando ele consegue voar?

Voa, corintiano! Esquece o mundo. Hoje ele é seu!

abs,
RicaPerrone