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Vale a pena?

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Discussão pra duas horas, sem verdades absolutas. Mas que é um risco, é. Porque usar meu time titular no estadual se eu posso, com isso, perder uma Libertadores? Eis a discussão da semana.

E aqui, pra variar, vou aliviar o Muricy. Acho que a decisão é do clube, não apenas do técnico. Ele também palpita, é claro! Mas duvido que seja sozinho neste caso. E o Santos quer tudo. Terá perdão se ficar sem nada?

Não pelo Ganso. Ele foi apenas a vítima.  A sequência que abre a discussão é mais simples do que parece.

O Santos usa titulares contra o São Paulo, numa semifinal com um jogo na terça, lá, com viagem longa. Ele ganha do SPFC, perde Elano e só volta com a vaga do México porque deu muita sorte.  O América teve algumas chances claríssimas de gol e que poderia ter feito uns 3×0 sem a menor cara de espanto.

Volta, tem a decisão. Quando entra em campo já sem Arouca, também sentindo a “maratona”, perde o Ganso. E quando perde, ao invés da fatalidade, dizem ter “estourado”. E aí cabe, a pedidos do próprio clube, a dúvida: Se estava pra estourar… porque jogou?

Porque quer ser campeão paulista, é claro! Mais vale um título estadual do que uma vaga nas semi da Libertadores.  Um título é algo consolidado, uma vaga é apenas uma vaga.

Agora Muricy está sem Arouca, Ganso e talvez Léo. Com Elano cansado e com problemas físicos. Se fosse no Flu, culpa do gramado. Na Vila, culpa do calendário.

Mas note que, jamais, a culpa é de quem decide as coisas.

Você pode se perguntar: “Mas então deve-se chegar a decisão do estadual e colocar reservas?”.

Não.  Nem se deve assinar o regulamento do Paulistão como foi feito. E quem fez, lembre-se, foi a diretoria do seu clube. Antes de chorar, lembre-se de que o erro partiu do seu clube, seja ele qual for.

A sequencia de decisões requer, as vezes, escolhas. Cansei de ver times perderem 2 campeonatos por não optar por um só. E também cansei de ver perder um tendo feito a escolha e ouvir que “poderia ter jogado ambos”.

A pedrada virá seja qual for a decisão do clube. O importante não é fugir das pedras, mas sim chegar inteiro perto delas. O Santos vai, de novo, viajar sem um jogador fundamental. Pode perder uma Libertadores, como mereceu perder na terça passada, e ficar com a obrigação de ganhar do estadual.

Dirão que o título paulista apagaria uma possível eliminação num torneio maior. E o Flamengo esta ai pra desmentir. Invicto, campeão antecipado, 3 dias depois tomou vaia porque perdeu um jogo da Copa do Brasil, que é o que de fato importa.

Os estaduais são campeonatos falidos, quase Ongs pra ajudar clube nanico a não morrer de fome. Só prejudica os grandes, não atrai o torcedor e não vende patrocinador. Enfim, uma enorme porcaria ainda em pé em nome da tradição e de muita politicagem.

A decisão foi tomada e o Santos vai responder por ela. Se passar na Libertadores e for campeão será ousado, corajoso e brilhante. Se não passar, será o “burro” da vez.

Riscos calculados e que não podem ser chamados de “injustos”.

Neste caso, tanto quem exalta quanto quem reclama tem argumentos.

Como disse ontem, só saberemos pra quem foi bom essa primeira final na quarta, quando o Santos sair da Colômbia.

abs,
RicaPerrone

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.