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Um dia de fúria

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Um dia de fúria

Há perdão para Fabrício?

Há alguma justificativa capaz de fazer com que o torcedor colorado veja a sua camisa no chão após um jogador comum perder a cabeça por algumas vaias e perdoá-lo?

Fabrício não é garoto, tem 28 anos, nunca vestiu a camisa de um time grande até chegar ao Inter.  Sua função era substituir Kleber, o que fez dentro de sua limitação, até marcando o primeiro gol do novo estádio, inclusive. Está na história, mesmo que não queiram.

A torcida do Inter está na sua de vaiar e perseguir. Acho que até o gesto pra torcida o Fabrício tem direito. Ninguém é obrigado a ouvir o que não quer sem reação. Se o torcedor pode mandar alguém tomar no cu, o ofendido por responder sim. O ingresso não dá direito a ninguém algo mais do que uma cadeira.

“Ah mas no teatro se o ator mandar o público…”.  E no teatro você mandaria o ator se foder? Então…

A segunda etapa, a da expulsão e a da camisa no chão eu entendo como a assinatura de rescisão com o clube. Fabrício decidiu ali que não suportaria estar naquela situação e num ataque de pânico fez o que deu pra sair dali.

Errou. É indiscutível. Não gastarei mais do que essa linha para “avaliar” sua razão.

Mas a pergunta é: E voce? E eu? Aguentaríamos sem perder a linha num dia de fúria qualquer ser ofendido toda quarta e domingo?  Qual o limite do ser humano? E de qual ser humano estamos falando?

Não cometerei a covardia de massacrar um sujeito por vê-lo perder a cabeça. Já perdi a minha, ainda perderei outras tantas. Um pedido de “desculpas” talvez não baste, mas é passível de  perdão.

Fabrício não conseguiu jogar no Inter. Teve um dia difícil e terminou esse dia sendo xingado por algumas mil pessoas.  Não seria o único a ter perdido a cabeça.

Baixa a pedra aí. Ele já será suficientemente crucificado pelos fatos, não é preciso mais uma dose de hipocrisia coletiva para judiar ainda mais do ex-lateral do Inter.

abs,
RicaPerrone