Sobre “reconhecer” e unificar

Quando a CBF dá aos campeões da Taça Brasil o mesmo rótulo do Robertão, ela comete um erro de direito para ser aceita politicamente.  Quando a Conmebol não dá ao Vasco o rótulo de bicampeão da América, ela comete um erro parecido.

Quando a FIFA diz que os campeões mundiais são todos campeões mundiais, ela acerta. E acerta porque ela mudou muito pouco, baixou o nível do torneio e mais nada.  Tivesse a FIFA feito uma Copa do Mundo de Clubes, por exemplo, com 32 times, e dali saísse um campeão… pobres dos campeões anteriores.

Seria sim um torneio diferente. Hoje também é. Mas é pra pior.

Você adiciona times de merda na condição de franco atirador para eliminar numa zebra qualquer e fazer uma final ainda menos interessante. Tem no campeão cada vez mais a óbvia potencia européia rica que vai lá de férias e joga toda a carga de responsabilidade no sulamericano, que leva a sério e não é levado.

A FIFA é burra. Mas dessa vez ela é razoável.  Se fosse inteligente daria mais prestígio a quem valoriza seu torneio, não a quem o ignora.  E nós, sulamericanos, mandamos na parte técnica do futebol do mundo desde que o inventaram. Os craques são quase todos nossos, mas a grana não.

Um dia haverá um mundial de 32 times e seremos massacrados por aqueles 5 que ganham sozinhos  num ano o que a liga do Chile inteira ganha em 3 nos. É natural. Triste. Podre. Mas é o que se tornou o futebol.

Os campeões do mundo de hoje são tão campeões ou menos do que os anteriores. Porque antes era briga de cachorro grande, frente a frente, ida e volta, sem caô.   Hoje é um europeu fingindo que nem liga, o sulamericano se matando pra não passar vergonha, um convidado local pra encher estádio, outros campeões de franco atiradores.  E finais cada vez menos possíveis.

Eu queria saber era se os campeões do mundo das décadas de 80 e 90 reconhecem os atuais, isso sim.

abs,
RicaPerrone