“Só mais 5 minutinhos…”

Toca o despertador, é o grande dia. A esperada festa chegou, pode levantar, sorrir, pular, gritar bem alto, “é hoje”.  Durante meses e meses esperando este dia você jurava “não ver a hora”, mas agora que ela chegou, quer “dormir mais 5 minutinhos…”.

Eu entendo, é tão delicioso quanto o fato em si esperar por ele. Era tão óbvio, tão claro, tão sintomático que só o próprio tricolor aceitou a idéia de ser “difícil”, afinal, valoriza.

De tanto se enganar e tentar fingir que “não era com ele” tamanha alegria, acreditou. E agora, viciado em sofrer, quer “mais 5 minutinhos” antes de soltar o grito e começar a festa.

Eles dizem, rindo, quase irônicos: “Calma, ainda não”. E são apenas os minutinhos a mais que resolveram curtir. No fundo, sabem que já clareou, aconteceu, não tem como voltar no tempo e fazer dar errado.

Uma postura humilde das mais arrogantes, daquela que te olha com raiva por tudo que ouviu por anos e anos de fracassos e agora, no alto, finge não querer te pisar.

Quer sim, e é natural que queira. Tão natural quanto fingir que não, que é “natural” ganhar 2 em 2 anos.

Ao final da rodada que decretou o fracasso dos pontos corridos e o sucesso avassalador do Fluzão, hipocrisia.

“Não, não… ainda não. Calma, tudo pode acontecer”, diziam nas redes sociais e nos bares do Rio de Janeiro, como quem diz esperar a nova namorada “bonitinha” sabendo que apresentará a Juliana Paes aos amigos.

Cruéis, prepotentes, tetracampeões brasileiros antes mesmo de ser.

E depois, quando terão o sinal verde pra pisotear, capaz de falarem em Libertadores, como quem não se satisfaz com nada.

E é assim que acaba. Se num mata-mata dramático, estariam enlouquecidos pelas ruas gritando e pulando até o dia amanhecer. Como não é assim tão claro, como tudo “depende” neste insuportável e homeopático sistema de pontos corridos, eles resolveram dormir mais  5 minutinhos.

5 minutinhos não para, de vez, acordar. Mas sim para, de fato, começar a sonhar.

Então tá. “Durma mais 5 minutinhos”.  Nós vamos fingir que não te acordamos…

abs,
RicaPerrone