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Alegria, alegria!

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Vivemos numa época meio azeda. Em tudo, todo dia, a gente ouve e procura mais o lado ruim das coisas do que o bom. Não há mais romantismo ao ver um jogo de futebol, nem mesmo em exaltar uma bela festa.

Junto com o pragmatismo em campo veio o dobro fora dele. A geração que procura “quem falhou” ao ver um golaço é a mesma que avalia eventos como a chegada de Ronaldinho.

Nós, que fazemos Nelson Rodrigues se virar no túmulo todos os dias, precisamos voltar a ver futebol como diversão. Talvez até pela postura quase radical que a imprensa trata o assunto atualmente, deixou de ser divertido pra virar guerra.

O jogador não é contratado pelo Sumarézinho. A pergunta é: “Porque o Jaguaré perdeu o jogador pro Sumarézinho?”.

Não tinha milhares de pessoas exaltando um clube e um jogador em plena quarta-feira a tarde hoje no Rio. Para muitos, tinha “um bando de desocupado fazendo auê pra um pipoqueiro”.

Ok, não goste do cara, seja torcedor de quem for, mas calma lá….

Ninguém tem culpa que as esposas dos jornalistas dormem de calça jeans.

O que aconteceu hoje no Rio foi sensacional! Delicioso de acompanhar, gostoso de cobrir, emocionante de ver.

Milhares! A maior torcida do mundo fez uma festa linda pra um sujeito que, goste dele ou não, tem seu enorme valor no futebol mundial.

É zoneado, é na base do “empurra empurra”, mas que se dane. É o que deu pra fazer.

Vai lá! Pergunta pra ele: Mais emocionado com a recepção no Camp Nou organizadinho ou na Gávea?

Foi um momento épico, lindo, dos mais representativos de uma nova era que nosso futebol vive.

Futebol que cresce, melhora fora de campo, se estrutura, busca o topo e ainda assim só toma paulada.

Enquanto a América do Sul vai falindo clube por clube, os brasileiros melhoram e aumetam suas receitas todo ano.

Enquanto os europeus compram menos, nós estamos trazendo craques de lá.

As coisas também dão certo as vezes, por mais que brasileiro tenha horror a admitir isso.

Se o aeroporto está ruim pra Copa, ok. A gente noticia, lamenta, mas não torce pra continuar assim e poder dizer: “Eu falei que ia dar merda”.

Se teve empurra empurra, se teve organização, se teve cafézinho ou se deixaram a imprensa no sol…. sinceramente, hoje, não importa.

O que importa é que tivemos uma tarde cheia de romantismo, paixão e alegria no futebol brasileiro.

E sabemos…. alegria alheia incomoda. O problema é quando a nossa alegria também incomoda. Aí é caso de internação.

Parabéns ao Flamengo, ao Ronaldinho e a nação mais linda do mundo.

Dia inesquecível pro nosso futebol. E para alguns, azedos, um dia “pra esquecer”.

abs,
RicaPerrone

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.