Respeite quem pode chegar onde a gente chegou

Se eu tiver a dúvida de um moleque e um jogador mediocre de 28 anos, eu sempre apostarei no moleque. Talvez ele também seja mediocre. Mas ele me dá ainda a esperança de não ser.

Isso serve pra treinadores. O problema é quando se coloca numa mesma sacola os treinadores mediocres dos maiores vencedores deste país.  E mais do que vencer: montaram times incríveis e fizeram clubes viverem momentos épicos.

Você não pode olhar uma lista com Felipão, Luxemburgo e Cuca e falar em “falta de opção”.  Pode ser que você não goste deles, ok.  Talvez você os ache desatualizados por algum trabalho recente. Ok. É um direito seu.

Mas esses caras são a história do futebol brasileiro e de alguns dos nossos maiores clubes.  Não estamos falando de treinadores de um ou dois trabalhos. Estamos falando do cara que fez um Cruzeiro, um Santos, um Corinthians e um Palmeiras inesquecíveis.

De um bicampeão da América, campeão da Copa (jogando bem), um dos caras que reinventou a seleção de Portugal. Dois brasileiros que chegaram na porra dos times europeus que vocês tanto amam.

Estamos falando do Cuca. O cara do Botafogo, do Galo campeão após 40 anos, do Palmeiras campeão brasileiro, que montou o SPFC campeão do mundo.

Estamos falando de caras que fizeram uma união cada vez mais rara: times vencedores e que jogavam futebol.

Pode ser que não lhes agrade hoje. Entendo, respeito. Mas existe uma hierarquia, existem patamares na vida profissional. Tem gente que tu fala olhando de frente, tem gente que você olha de baixo pra cima.

Aí você pode pensar em Parreira, Leão, Muricy. E eu lhes pergunto qual deles tem por característica fazer algum time jogar futebol? Nenhum. É resultado, no máximo. Bom futebol e título é coisa pra gente de outro nível. Tal qual os citados.

Eu posso não querer o Leão “nem fudendo” no meu time. Eu não posso tratar assim um destes nomes.

Talvez não por gosto pessoal. Mas por respeito a história do futebol brasileiro.

Se eu pudesse escolher, era o Cuca.  Só pra não ficar no muro.

Mas vamos separar os “aspiras” do “capitão”, né?

abs,
RicaPerrone