O Vasco “quer” mais

Eu não vi nada além do que você e qualquer outro tenha visto. Nem no lance do impedimento, diga-se. Pra mim, ali, qualquer decisão é aceitável e chamar o arbitro de “ladrão” ou insinuar qualquer coisa em cima de um lance de centimetros é mais absurdo que o possível erro.

Mas, enfim, é futebol. E quando meu time não ganha, a culpa é do juiz, do gramado, do bandeira, da tv, do tira-teima, do que for mais fácil.

O que de fato cabe ser discutido sobre a primeira parte do duelo entre Vasco e Corinthians é postura dos times. Quem quer ir a semifinal precisa busca-la e não tentar “evitar que tirem dele”. Até porque, não é de ninguém ainda.

O organizado Corinthians que me impressionava pela frieza e equilibrio até aqui, hoje foi um time covarde. Passou o tempo todo assistindo o Vasco errar, mas ao menos tentar. Enquanto isso, mesmo com uma formação comum de 442, não saia de trás e em momento algum se postou como quem quer buscar algo, só parecia “evitar perder”.

Do outro lado, mesmo com seu lado mais frágil ainda mais frágil, o Vasco foi pra cima e tentou. Na medida do possível, pois encarava o Corinthians e não o Volta Redonda, pressionou e forçou.

A melhor defesa do país não deixou a bola entrar, e a melhor chance de gol foi do Corinthians. Ironias do futebol que não entram no “avaliável”.

É imponderável. Tanto quanto a possibilidade real do Corinthians sair com 1×0 de um jogo onde sequer jogou.

Esperava mais do Timão , bem mais.

Sem nenhum lampejo brilhante, sem nada tão consistente que o faça ser “favorito”, o Vasco ao menos buscou. Dentro de suas limitações defensivas, foi a frente e tentou.

Jogar bem ou mal não determina resultado, muitas vezes. “Querer mais” é fundamental num mata-mata.

Em casa, se o Corinthians repetir o jogo “pra não perder”, vai perder.

Pode ter a zaga que for, o equilibrio que quiser e a regularidade de um time alemão. Tentar “segurar uma vaga” que ainda não é sua é mera perda de tempo.

O Vasco não me surpreendeu. O Corinthians me decepcionou. E o placar, 0x0, foi uma vitória corintiana.

Absolutamente reversível, diga-se.

abs,
RicaPerrone