Querer, poder e correr

São Paulo e Corinthians tinham objetivos diferentes ontem no Morumbi. O Timão queria “não perder” pro seu rival e evitar que a crise explodisse. O São Paulo queria o que sempre quer: Vencer, desde que pra isso não seja preciso jogar futebol.

Ele quis, é verdade. Tomou a iniciativa, buscou, porém, é injusto dizer que conseguiu. Os dois times produziram quase nada e mesmo o São Paulo tendo sido “menos pior”, o zero a zero não ficou muito fora da realidade.

Você pode buscar, lutar, correr se esforçar e sair reclamando que o outro time foi covarde.  O Corinthians foi mesmo, mas em sua postura, não em sua formação. O São Paulo, ao contrário, tentou jogar, mas com 4 volantes…  pelo amor de Deus, né?

O Adílson me parece um pouco perdido quando notamos que ele usa um time sem padrão que mudará o padrão não existente quando entrar o Luis Fabiano. Pegou?

Se fosse um time pronto, estaria com um homem de área ou o Rivaldo ali de centroavante. Assim, pronto e organizado, só colocaria uma peça quando o Luis pudesse jogar. Mas, não. Ele quer fazer com que os 4 volantes virem 3, o Lucas volte, o time passe a atuar com uma referência e aí se adapte ao novo formato.

O São Paulo, único dos lideres que não mostrou a que veio ainda, espera ter essa sequencia no fim. E se tiver, fatura. O problema é tê-la mudando o time e a forma de jogar nas últimas 10 rodadas.

Do lado de lá, em crise, cobrado e em meio a uma queda inexplicável, Tite assistiu de camarote uma aula do porque tudo desandou.

Ele sacou Chicão, que está mal, e o capitão do seu time ficou abalado. Não foi pro pau.  Largou o time, largou o técnico, correu da decisão e tirou da reta em caso de derrota no Morumbi.

É assim que cobramos técnicos e esquecemos dos jogadores.  Mimados, sem noção do que representam.

Gosto do Chicão, nunca imaginei que pudesse partir dele tal atitude. Mas as pessoas nos decepcionam, e ontem o Chicão correu.

Aliás, correu mais do que tem corrido em campo. Correu pra casa, largou o problema pros companheiros e pro técnico que o manteve lá jogando nada até agora e dane-se.

“Tô tristinho!”, alegou.

Porra, Chicão! Vai assistir Malhação, né?  Vai pro banco e fica abalado? Que baita frescura…

Em campo, sem Chicão, o Timão só se defendeu, esperou o jogo passar e com alguma tranqulidade anulou o já pouco inspirado ataque tricolor.  Se somar os 90 minutos você terá um lance de cabeça do Casemiro, uma chance do Willians, uma cabeçada do Emerson e uma do Dagoberto.

Ou seja, se o São Paulo tentou mais, não significa que tenha conseguido. E se quisesse de fato ir pra cima, tirasse seus 4 volantes, em casa, que teria conseguido.

Com 3 atacantes e um meia, o Timão não foi ousado. Mas não pela escalação, sim pelo medo de perder, que era enorme.

Resultado previsível, até.

Pelo que aprensentam em campo, tirando os resultados, São Paulo e Corinthians, hoje, é jogo pra zero a zero.

abs,
RicaPerrone