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Quando podia

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Quando podia

O Flu pediu, pediu, pediu e um dia alguém resolveu atender.  Da taça Guanabara, onde foi campeão mesmo tendo sido quase eliminado na primeira fase, as vitórias desnecessariamente sofridas na Libertadores, o Flu tem implorado para conhecer seu limite.

Joga quando quer, joga menos do que pode, tem em algumas de suas estrelas uma irregularidade absurda e números que, até agora, traduzem competência, não o futebol apresentado.

Hoje, com casa cheia, sabendo que poderia até perder… perdeu. E mais do que perder, já que não faz grande diferença e a vaga já está confirmada, o Flu jogou mal novamente. Hoje, sob o argumento de que “não valia nada”, abusou.

Do outro lado, mesmo em fase mediocre e com um time comum, era o Boca. E é preciso respeitar camisas pesadas. É claro que eles viriam para jogar aquele futebol deles, onde não há vergonha em ser mediocre.

Um grande time quando atua como pequeno quase sempre vence. E o que diferencia os times brasileiros e argentinos em competições sulamericanas normalmente é isso. Eles não tem a menor vergonha de jogar assim, e sabem jogar. Nós, graças a Deus, não sabemos fazer isso.

O Flu andou em campo, o Boca se defendeu mediocremente o tempo todo e explorou as raras bolas que teve no contra-ataque.

É coisa de time pequeno? É, mas não dá pra levantar esse discurso em 2012, onde sabemos que é assim ha mais de 100 anos. Argentinos jogam pra vencer, catimbar, irritar e sair com a vitória. Ponto.

Tomar um gol de um grande argentino em casa, sem interesse, jogando mal e com os caras enfiando 11 atrás da linha da bola é 80% do caminho pra perder.

Hoje podia? Podia. Mas não deveria.

Não é questão de pontuação, nem classificação. É questão de resolver problemas o quanto antes. Ressuscitar o Boca não é muito inteligente. Tem bicho que é melhor matar no ovo. E o Flu deixou chocar.

Essa postura de “ganho quando eu quero” irrita. Mesmo sabendo que, até esta noite, era verdade.

Hoje não foi. Talvez como um aviso, talvez por acaso.

abs,
RicaPerrone