Protagonistas, favoritos e diferentes

“Insanidade é fazer sempre a mesma coisa várias e várias vezes esperando obter um resultado diferente”. Essa frase não tem dono, mas tem todo sentido do mundo. Não torna nenhum time de futebol “insano”, mas torna as expectativas bem frustrantes quando pensamos no modelo.

Palmeiras e Grêmio fizeram, antes de qualquer coisa, um jogão de bola! Dois times diferentes, propondo título e não cumprindo tabela. A bola poderia ter entrado pra qualquer lado, e o primeiro que fizesse teria o que mais se buscou por 90 minutos: espaço.

O Grêmio tem tido alguma dificuldade recente contra times fechados, é verdade. E também um pouco natural na medida em que a exposição da referência torna conhecido o método. O Palmeiras fez algo que é raro alguém fazer e se deu bem demais: jogou contra o Grêmio.

De forma resumida, quando o Tricolor joga toda semana com um time fechado ele aprende a empurrar os 10 pro campo de ataque. Nesse momento os seus volantes se tornam armadores e repetem até conseguir furar o bloqueio.  Contra o Flu a bola não quis entrar, mas só um jogou.

Ontem não.

Ao jogar contra o Grêmio o Palmeiras foi fazendo algumas peças adversárias acostumadas a só atacar terem que recuar. Laterais, volantes especialmente. Deixou o time do Grêmio muito menos articulado ofensivamente, tanto que basicamente só chutou de fora da área.

O Palmeiras tem algo que precisa explorar: nomes.

Quando você vai marcar o Dudu você ataca menos pelo lado direito do quanto marca o José. Ontem o Palmeiras fez uso disso e peitou o Grêmio. Quem fizesse primeiro teria enorme chance de ganhar. E o Palmeiras fez.

Os dois justificam com facilidade o status de favoritos ao que disputam. E se alguém duvidava bastaram 90 minutos pra entender.

O melhor jogo do campeonato. Onde o vencedor sai festejando como título e o derrotado sai aplaudido. Porque torcedor odeia perder, mas ele sabe ver quando se perde pra alguém que mereceu.

abs,
RicaPerrone