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Pouca bola, muita história

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Pouca bola, muita história

O Morumbi viveu mais uma noite especial. Não pelo futebol apresentado nele, o que na verdade pouco importa, já que Libertadores não tem muita relação com o esporte em questão.

Mágico quando os times entraram em campo, trágico quando caiu parte da grade de proteção.

Enquanto Galo e São Paulo buscavam uma bola e bico pra frente, uma história estava sendo escrita atrás do gol de Victor. Era um 0x0 de doer a vista, onde Leonardo Silva era o melhor em campo ganhando rigorosamente todas as bolas do atacante Calleri.

O rodizio de faltas mais bem sucedido da história do país, onde o Galo conseguiu tomar 7 amarelos e nenhum vermelho.  Um jogo ruim. Mas redentor.

Há poucos meses Michel Bastos não servia. Vaiado, deixava o Morumbi e era colocado pela mídia na lista de dispensa do clube. A torcida se dividia, os coros de “mercenário” surgiam das cativas ao jogador “mercenário” que tinha salário a receber.

E então no meio do segundo tempo o Morumbi se levanta voluntariamente e começa a gritar o nome do seu vilão.  “Michel! Michel!”.

Ué? Agora é salvador?  Futebol, senhores.   Apaixonante futebol.

E ele entra, sobe numa jogada que não é sua e marca o gol da vitória.  O Morumbi vem abaixo, Michel corre com ódio e bate no peito olhando nos olhos daquela multidão que adorava odia-lo e agora o ama.

Uma história escrita com desaforo, garra e pouco futebol. Mas ainda uma história sobre futebol.

Enquanto Aguirre e Bauza fazem de um duelo brasileiro um jogo Uruguai x Argentina onde o que vale é “pegar”, “marcar”, “catimbar”, “derrubar” e depois, se der, “jogar”,  o futebol se vinga criando um herói e ofuscando toda a péssima apresentação técnica dos dois times nesta noite.

Viva Michel! Viva o futebol. Ainda que judiado pelos pés, salvo pela vocação.

abs,
RicaPerrone