Por um pingo de respeito

 

Hoje foi o último jogo da Era Bandeira no Flamengo. Com derrota e pouco importa, era um amistoso. Ao final, críticas ao time, algumas vaias, enfim.

Eu não tenho a menor pretensão de sugerir ao torcedor que anda irritado com a falta de títulos que ele note a boa campanha ou que entenda que são detalhes separando o Flamengo de títulos. Tenho apenas a intenção de ser justo.

Esse sujeito tem 65 anos, usou os últimos 6 para se dedicar ao Flamengo. Cometeu muitos erros, muitos acertos, alguns gostam, outros detestam. Tanto faz.

Há algum tempo eu não via um dirigente deixar o Flamengo e deixar algo pro clube. Talvez eu nunca tenha visto até.

Ontem um CT belíssimo que será a base de diversos títulos dos próximos 40 anos. Uma dívida pela metade, um faturamento recorde e uma estruturação profissional no clube que hoje é o que melhor faz negócio no país.

Base forte. Enfim. O Flamengo de hoje funciona muito mais do que anterior, queira ou não.

Eu costumo dizer que há o dia a dia e há o fim. E as duas reações são diferentes. No dia a dia você cobra, concorda, discorda, reclama. Ao final, aplaude ou vaia.

O Bandeira errou muito. Outros errariam mais ou menos, mas também errariam. Só por favor não tratem como vilão um sujeito que sai do Flamengo limpando a imagem do clube, deixando um legado estrutural jamais visto antes, uma relação com o mercado inimaginável até outro dia e campanhas que passaram muito perto do título que outro fatalmente ganhará usando todo esse trabalho.

Por uma dose de bom senso e gratidão, sabendo que todos nós erramos e acertamos, eu acho que o Bandeira merece um “muito obrigado” e não um “já vai tarde”. Até porque, talvez você não se lembre, mas em tese ele nunca recebeu um real pra estar ali.

RicaPerrone