Papo reto – Argentina

As pessoas me questionam sempre sobre a minha relação com a Argentina. Então, vamos apelar ao famoso post “papo reto”, que já fiz diversas vezes aqui sobre determinado assunto, só que na linguagem mais pura e clara que existe.

Primeiro, separemos 2 coisas. A Argentina país, a argentina futebol. Eu ODEIO a argentina no futebol, não tenho nada contra as pessoas de lá, o país, a bandeira, o tango, a picanha, nada!

Separem que considero RIVAIS no que diz respeito a futebol. Ok? A partir de então, comecemos.

Como você tem direito de adorar o Chelsea, o Boca, o seu time, etc, eu tenho o meu de torcer pro SPFC. Só que se eu ficar torcendo pro SPFC no blog, considero desrespeito ao torcedor de outro time brasileiro, por isso, mantenho o máximo que consigo meu lado profissional neste caso. E as vezes, ainda assim, escapa.

No caso do Brasil, não me imponho tal limite. Não escrevo na lingua dos caras, logo, meus leitores são brasileiros e o fato de eu torcer pro Brasil não agride ninguém. Pelo contrário, tô na mesma da enorme maioria.

Eu amo futebol. Não posso mais ser aquele doente apaixonado, e lamento por isso. Mas posso, ainda, ser este apaixonado torcedor com a seleção. E assim me dou este direito.

Você pode não gostar, pode gostar. É outro papo. Mas o direito de ser assim com a seleção é meu, e assim eu escolhi.

Logo, como neste caso sou um torcedor declarado, o meu rival é a Argentina. Sendo assim, como toda pessoa que leia alguma coisa que eu escrevo nota, sou um cara bem humorado e que tira sarro das coisas. Então, óbvio que 80% das coisas que digo da Argentina são pra cutucar. Tem que ser meio lerdinho pra não perceber isso.

Ou alguém acha que eu comparo o Iranildo ao Messi de verdade, porra?

Claro que eu gosto de ver o cara jogar. É claro que eu acho o Tevez bom jogador. É claro que o Maradona foi craque. Mas, daí a babar um ovinho… vai diferença.

Eu acho, de verdade, o futebol argentino forte. Só que forte naquele patamar deles, não no nosso.  Lá tem 2 times, aqui tem 12.

Aqui brota um craque por ano. Lá, por década.

As diferenças são, pra mim, enormes! Somos muito melhores que eles futebolisticamente. E pra ilustrar isso é só irmos na nossa caixinha de opções pra “the best”.

Temos o Pelé, que é fora de cogitação. Aí tem Zico, Romario, Ronaldo, Careca, isso só de 80 pra cá. Lá, surgiu um. E parou ali.

Tem bons jogadores, mas ninguém mais deste nível surgiu.

O Messi? É novidade. O Ortega era Pelé quando surgiu, e não virou. Assim como outros tantos por aqui. Aguardemos.

O que eu tenho de sério contra eles é simples:

– Não gosto de racismo
– Não gosto de catimba
– Não gosto de empáfia

Tá explicado? Acho que sim.

São racistas por cultura, são catimbeiros com orgulho e se acham a última brahma do deserto. É deles, eu respeito, mas não gosto.

Eles tem de bom o amor a pátria e a vergonha na cara. As vezes prefiro ser arrogante do que chorão, como brasileiro adora ser.

Mas, por coerencia, sigo o que admiro. Logo, não visto a camisa do rival em véspera de Copa.  Canto o hino em pé, com respeito e orgulho.

Você não? Respeito, mas não troco de time e nem mudo as cores do meu peito por isso.

Respeito quem torce por eles? Respeito.

Acho normal? Não.

Acha que eu trato a Argentina diferente do que as demais seleções?

Tens razão. Trato mesmo.

Primeiro com ironia, por mero gosto pela piada. Segundo porque eu realmente acho que a grandeza deles é menor do que pintam por aqui.

Mas é até natural, afinal, se não pintarmos um bicho, saberemos o quanto sobramos pros vizinhos, e aí perde a graça.

Pra mim o futebol argentino é resumido em um time competitivo, de muita raça, boa técnica, normalmente dependente de um ET. Como a França, só apareceu quando teve o ET.

Venceu uma Copa da forma mais nojenta que existe, que é comprar um adversário. Caso contrário, todos sabem, não venceria. E com isso, lembrem-se, nos tiraram da final.

Contam com orgulho do dia que burlaram o regulamento não so do esporte e deram água com remédio pro Brasil. E nós achamos graça. Eles, idem.

Ganharam em 86 com brilho de Maradona, sem dúvida.

Mas, como a França, é uma seleção que só viveu seu grande momento quando teve um genio lá dentro. Fora isso, nunca fez nada demais. Pelo contrário, é vexame atrás de vexame.

E notem, sem ironias, que desde que a seleção brasileira passou a disputar a Copa América com seu time B e não mais com o H, eles também nunca mais venceram.

Lá se vão longos anos sem conquistar absolutamente NADA com a seleção principal. Fase? Talvez.

Mas é histórico, é fato: A Argentina chegou forte quando teve Maradona. Sem ele, nada.

É basicamente isso. Muito do que digo é pra cutucar, tirar sarro, ironizar e polemizar em cima dos caras. É isso que eles fazem conosco, ué!

Ou você acha que em Buenos Aires tem argentino com a camisa do Brasil na rua essa semana? Não, não tem!

Ou você acha que eles consideraram um absurdo chamarem nosso time de “macaquitos” ao longo dos últimos anos? Não, não acham.

Eu só devolvo as coisas na mesma moeda.

Pra mim, não se comparam ao nosso futebol de forma alguma. Pra eles, são até melhores.

Aqui, criaram um monstro. Eu não engulo.

Aí você pode me perguntar: Ah, Perrone! Então porque você gosta do Uruguai?

Porque eles também odeiam a Argentina, ué! rsss

abs,
RicaPerrone