Ótimo teste

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Ótimo teste

Teste bom é aquele que experimenta, não o que camufla. As vezes a seleção precisa de testes pesados, outras vezes mais leve. Nem acho que era hora de meter diante de uma Itália no começo do trabalho do Felipão, mas, começo ou não, a Copa das Confederações ta aí, não tem jeito.

Registro antes de qualquer coisa que o Brasil enfrentou a melhor seleção do mundo tirando ela mesma. O maior clássico do futebol é Brasil x Itália, bem longe do segundo colocado. Pra quem conhece um pouquinho de futebol é bem fácil identificar que não seria algo simples pra golear e sair fazendo festinha.

O que vi tem pontos positivos e negativos, e como prefiro olhar este tipo de jogo taticamente, vou tentar ser o mais claro possível pra resumir uma teoria complexa.

A seleção foi a campo assim hoje.

Funcionou 

  • Julio César, ainda o melhor goleiro que temos.
  • Oscar, boa armação, boa chegada na frente.
  • Neymar, se mexendo e criando chances de gol.
  • Fred, fazendo o dele.
  • Daniel Alves, indo e voltando o tempo todo.
  • Hernanes com a bola
  • Time comprometido e buscando o jogo o tempo todo.

Não funcionou

  • Zaga desentrosada sem Thiago Silva.
  • Fernando tendo que correr pro Hernanes
  • Hernanes sem a bola.
  • Alterações do Felipão
  • Hulk, jogador comum.

Vamos tentar ir nos pontos mais objetivos pra não ser longo demais.  Gostei do jogo, acho que a seleção tem um bom caminho, não suporto a mania mundial de todo time ter que jogar no esquema de 3 “atacantes” pra copiar o Barcelona mas não contesto desde que o lado direito tivesse Lucas, não o Hulk.

Pra atuar com Hulk é muito mais negócio ter 442 e deixar um Kaká ou Ronaldinho dando peso e encorpando o meio do lado do Oscar.

E aí você vai me perguntar porque o Hernanes funciona e não funciona. E eu tentarei explicar sem desenho, o que não será fácil.

Com a bola, de frente pro adversário na linha do meio campo, Hernanes funciona. Atrás disso, sem a bola, ele é um volante mediocre que marca mal e corre pouco. Divida o setor entre as duas áreas em 3 faixas. Na primeira Hernanes não sabe jogar. NAs outras duas sabe, muito.

O problema é que ele está escalado como volante, onde a primeira faixa é prioridade. O Fernando correu por ele o tempo todo, e quando ele foi atrás de um italiano, bateu e quase foi expulso.

Pra ter 2 volantes mais presos, prefiro outro. Se jogarmos com 3 zagueiros e este volante for atuar mais na frente do que atrás, prefiro o Hernanes.

Não foi o caso.

Na frente, Lucas ou Wellington Nem, contundidos, gripados, são melhores que o Hulk. No Porto é uma coisa, na seleção é outra. Bom jogador, ok, legal, mas se tivesse aqui seria reserva na maioria dos grandes. Na seleção, de titular, não dá.

Felipão mexeu mal, entortou o time e dali pra frente qualquer avaliação tática foi pro espaço. Não faço idéia quem seja o rapaz do Atlético de Madrid, mas sei que não é nome pra jogar na seleção ainda, como o Oswaldo também tem pouco tempo de futebol de alto nível pra já estar lá.

Duro contestar o Felipão. Quase invariavelmente ele faz dar certo quando se trata de tiro curto e mata-mata. Por isso, dou um crédito que talvez não daria se fosse o Caio Jr, por exemplo.

Num geral, ótimo teste. Deu pra ver erros e acertos. E deu pra encarar uma seleção de camisa muito pesada, a segunda do mundo, e decidir o placar no detalhe. Como sempre foi, e sempre deve ser.

abs,

RicaPerrone

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.