Os malditos pênaltis

Há tempos não assistia apenas as cobranças de pênaltis do meu time. Ou estava no jogo ou, na pior das hipóteses, assistia ao jogo todo pela tv.

Hoje, trabalhando em Cruzeiro x Galo, não pude ver. E gravando em vídeo, uma experiência nova pra mim, não dá nem pra ficar olhando de lado.

São Paulo e Nacional faziam um jogo de 1984 pra mim, onde eu sabia perguntando pra pessoas ou no máximo ouvindo um radinho qualquer. Quando o jogo era transmitido, diga-se.

Pai, esposa, sms, whatsapp, bolinha na Globo e a porra do jogo que não acaba.  Até que acaba, e todo aquele “mais um jogo” se torna “o jogo”.

Os pênaltis tem uma capacidade cruel de pisotear sua dignidade perante a sociedade.  Todo controle que você tem sobre seu corpo pra não parecer um perfeito idiota vai pro ralo quando uma disputa de pênaltis se inicia.

Você reza pra santo que não acredita, beija qualquer merda que estiver a mão, junta as duas perto do peito e se concentra como se fosse decidir a vida da sua própria mãe.

Bastou 7 minutos de tv ao vivo e uma noite super agradável e produtiva de trabalho se tornava uma noite de merda.

Os pênaltis. Malditos pênaltis.

Kardec derrubou meu copo, minha auto estima, meu semblante, minha noite, o fim da carreira do Rogério e uns dois programas extras que gravariamos este ano.

Alem disso, eliminou o meu time.

Antes fosse goleado, me deixando puto. Antes fosse roubado, me fazendo vítima.

Cruel, foi nos pênaltis. Aquela maldita fórmula de desempate onde o futebol te dá o gostinho da vitória pra depois tirá-la de você e te fazer lembrar do quanto você se importa.

Mesmo quando não está nem ai.

abs,
RicaPerrone