Onde perde-se o Flamengo

O rubro-negro está “puto” e eu não concordo com ele. Me recuso a achar um ano ruim ter sido vice da Copa do Brasil nos pênaltis, estar nas quartas da Sulamericana, no G6 do Brasileirão e ter sido campeão carioca.

Não faz qualquer sentido isso ser um “ano ruim”. Talvez faça para uma molecada que está espelhando suas expectativas num cenário europeu, onde Bayern, PSG e outras potências ganham seus campeonatos com o pé nas costas e quem tem mais dinheiro é campeão, ponto final.

Aqui, ainda bem, não funciona assim.

Mas o rubro-negro talvez não esteja tão incomodado com os resultados e apenas justificando neles a sua antipatia pelo momento do clube. Talvez seja um reflexo da falta de DNA.

Quando você pergunta a um torcedor o que é o clube dele, ele não sabe dizer. Os clubes no Brasil por não terem donos trocam suas filosofias a cada 3 anos e não formam um caráter definitivo. Resta-nos o que se formou através da história, talvez nem de propósito.

A diretoria do Flamengo atual é competente, empresarial, séria, mas adaptou o Flamengo a ela e não o contrário.

O clube que brilhava e afundava virou um clube regular. E chame o Flamengo de qualquer coisa, menos de regular, sonso, comum. É como atirar na sua alma.  Um Flamengo que passa sem ser notado. Um voo sem turbulencias. Um time que carrega paixão em seu DNA não pode ser frio. E o Flamengo se tornou.

O time é bom. Bom e bobo. Diretoria é boa. Boa e ponderada. A torcida vai. Mas vai quem pode. O time não entra em crises, mas também não brilha. Não falta salário, mas também não se justificam.

O título virá. Podem ter certeza que com essa filosofia o título de pontos corridos é fato em menos de 3 anos. Times regulares de bons elencos que jogam todos os jogos igualmente vencem pontos corridos.

Mas o Flamengo é esse time?

Topa-se transformar um Romário em Kaká pelo simples fato de dar menos trabalho?

Será que o flamenguista amaria o Kaká como amou o Romário?

abs,
RicaPerrone