O gol do jogo

Sabe aqueles programas esportivos que na abertura tem lances históricos e bonitos? Então, é pra lá que vai o gol de Denílson contra o Palmeiras.

Não só porque pegou de onde pegou, mas pela forma que pegou, e onde acertou.

Mais do que no ângulo, foi um golpe muito duro no coração palmeirense. Ali, não havia mais dúvidas sobre a derrota. Se aquela bola entrou, pode jogar 2 dias seguidos que não vai virar.

Torcedor sabe. Tem dia que a bola bate na trave e entra, tem dia que ela sai. E quando sai, pode chutar o dia todo, vai continuar saindo.

Imediatamente o palmeirense procura culpados e, neste caso, não encontra. Não há quem condenar, direção pro dedo apontar, nem mesmo um diretor pra contestar.

É o imponderável FC entrando em cena e dando a um grande rival o prazer de afundar ainda mais o “inimigo”.

As imagens seguintes ao gol de Denílson são mais emblemáticas do que o jogo, os gols do Luis Fabiano, o drible do Lucas, as contusões, os cartões, tudo!

O jogo pode se resumir ao chute, ao gol e aos 10 segundos seguintes.

Tricolores no símbolo, eufóricos, como quem diz: “Voltamos!”.

Palmeirenses se olhando, em campo e na arquibancada, desta vez sem achar um vilão.  É o beque que olha pra grama, o volante que olha pro céu, o técnico que não tem palavras pra motivar um time que, a beira do abismo, nota que além de tudo ainda falta sorte.

Foi ali, naquele segundo, que tudo ficou claro.

A mesma camisa que pesa pra subir pesa pra afundar.  Não fosse “um Palmeiras”, nem seriam 6 pontos dramáticos para o primeiro não rebaixado.

Sendo ele, vira um filme de terror.

Não fosse “um São Paulo”, o vascaíno estaria dormindo mais tranquilo. Sendo, já faz contas para evitar o atropelamento.

As vezes na lama é difícil levantar. Afundar é um dos caminhos, vide tantos outros gigantes que o fizeram e retornaram.  O problema é quando se afunda e volta ainda pior.

Caso raro, quase único. Quase se repetindo.

abs,
RicaPerrone