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“Ódio do bem”

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“Ódio do bem”


Imagine um cachorro latindo descontroladamente e fazendo xixi no lugar errado. O dono, humano, vai até ele, late de volta e urina em sua caminha para “educa-lo”.

Não faz o menor sentido, faz?

Pois então.

A reação ao machismo com frases liberadas como “morte ao penis”, “macho escroto”, “odeio macho”, entre outras é exatamente uma mulher incomodada com um problema, sentindo-se superior ao outro lado, agindo de forma tão idiota quanto ou pior.

Um negro que reclama do racismo e o reverte é a mesma coisa. Se capaz de detecta-lo, condena-lo e disposto a impedi-lo, porque cometeria o mesmo erro?

Trata-se de educação, justiça ou vingança?

Faz dias que estou notando na web uma autorização bizarra para que feministas radicais usem esses termos e simplesmente preguem o ódio contra o homem sob o argumento do “machismo”. Mas ué?! Resolve-se uma cultura equivocada com uma outra em tese evoluída incapaz de agir diferente?

O que o negro vai conseguir pregando ódio ao branco? O que uma mulher vai conseguir agredindo o homem?

Em tese esse lado, o atingido, é o que busca tolerância, educação e evolução. Se ele regride ao ponto de entender o erro e comete-lo igualmente estamos diante de dois cachorros latindo um pro outro e não de um educador o corrigindo.

Diria mais. Um homofóbico de 60 anos tem justificativas culturais para cometer esse erro. Um jovem gay de 20 não tem nenhum para retribuir o ódio. O jovem é capaz de entender o contexto histórico que o levou àquilo. O idoso terá bem mais dificuldade de entender o contrário. Isso sim é tolerância.

Há um ódio autorizado, portanto? Seria o ódio por ordem de chegada?

Que diabos estamos fazendo encurralando lados em discursos semelhantes em busca de uma igualdade? Qual será a igualdade? A de todos poderem agredir a todos ou de ninguém agredir ninguém?

Saudades do meu cachorro. Ele aprendia mais rápido que nós.

RicaPerrone