O VAR nos conforta


Se no imaginário do torcedor toda vez que o adversário vencia podia ser um roubo, pra todos os demais era apenas um erro. A diferença brutal entre quem joga e quem apita é que quem joga é profissional, quem apita está fazendo um bico.

Surreal. Mas acredite.

Sempre acreditei que eram ruins. O VAR surgiu e começamos a ver a quantidade de lances fáceis corrigidos pelo vídeo.

Então começamos a ver a pior parte. A logística.

Erros vendo na tela, erros em camera lenta, erros em 22 cameras.  Confirmações de erros. Reversão de acertos pra erros. E então concluímos: eles são realmente muito ruins.

A cena clássica e emblemática da incompetência é o juiz colocar a mão na orelha, estender a outra pedindo que se afastem e ficar 2 minutos esperando o juiz de vídeo dizer o que houve.

Após 2 minutos ele ouve: “vai olhar”. Aí então começa o show midiático de correr até lá, a torcida esperar em pé, os treinadores pressionam, ele olha, volta, revê, discute, passa 3 minutos vendo o que o comentarista de tv, eu e você já vimos em 20 segundos.

E erra.

Filho da puta!

Porque os 2 minutos esperando pra depois ir olhar? Vai logo, ué!

Porque 3 minutos discutindo o lance?

Você tinha 0,2 segundos. Agora tem 30, com replay. Não basta? Precisa rever em hd, 12 angulos e… errar?

O VAR é bom. Precisa adaptar, ajeitar, adicionar limites e regras, mas o problema é a incompetência da arbitragem brasileira. E por favor, não me refiro a parte técnica apenas.

Boa dose do mau uso do VAR é burrice, não desconhecimento de regra.

A boa notícia é que com o tempo melhora. A má é que é porque a gente acostuma, não porque eles deixarão de ser incompetentes enquanto forem amadores.

Aliás, a quem interessa o amadorismo dos árbitros?

RicaPerrone