O VAR credibiliza o “roubo”

Primeira coisa a dizer: sou a favor do VAR e da tecnologia no futebol.  Partindo daí, consigo desenvolver um raciocínio.

Toda vez que um juiz erra o torcedor é obrigado a engolir por conta dele “não ter visto”, “não ter 20 cameras”, “ter que decidir em segundos”.

Ok, isso foi dito para o torcedor por 100 anos. Ele entendeu, concordou e mesmo que tenha ataques quando “roubado”, ele acaba engolindo e segue o jogo.

A partir do momento em que você tem as mesmas cameras e possibilidade de um arbitro interromper o jogo para alertar uma irregularidade, você está dizendo ao torcedor que toda vez que houver um erro é roubo. Sim, pois se ele viu, é intencional.

O gol da Espanha é um “roubo”. Todo mundo viu o Diego dar na cara do zagueiro Pepe. Se o juiz de video pode interromper, porque não o fez ainda mais com a bola parada?

Cabe alguma discussão se houver ou não a mão na cara? Não. Então… porque não?

Como você diz ao torcedor portugues que aquilo é legítimo retirando o argumento do “não viu”?

O lance do Jesus, interpretativo. O do Miranda, não. Ele é impedido de subir pra bola porque o atacante o desequilibra na hora da disputa. Não é muito discutível. Aconteceu.

Porque o arbitro com 60 segundos de replays e comemorações não avisou?  Você diz o que pro torcedor? Que ele “não viu”?

Viu. E se  viu e pode falar, a FIFA escolhe: ou para sempre e corrige, ou faz sem o arbitro de vídeo e deixe o futebol no imaginário popular.

Uma coisa é você ter ajuda de tecnologia para resolver lances. Outra coisa é você ter ajuda quando convém, para alguns lances, e validar na cabeça do torcedor que ele foi ROUBADO.

Isso seria o maior tiro  no pé da história do esporte. Dizer a seus fãs que não é como deveria ser mesmo quando algo permite isso.

Revejam o VAR.  Ou ele moraliza o futebol ou ele valida a má fé.

abs,
RicaPerrone