O povo quer razão

Quanto mais ibope tem o blog, quanto mais gente eu conheço e quanto mais faço meu trabalho, mais certeza tenho de que há uma fórmula do sucesso.  Basta dizer o que o povo diz. A mesma certeza tenho em recusa-la, pois a considero covarde.

Pessoas querem apenas uma pessoa de maior destaque dando “ok” pra o que ela pensa. Se assim for, é o cara. Se não, “quem é esse idiota?”.

Idiotas de fato são aqueles que usam seus canais para fazer com que as pessoas o admirem. Basta repetir, com ar de orador da turma, o que todos dizem por ai. Discordar, remar pro outro lado e ponderar outras alternativas não leva você a lugar algum.

Não quando o objetivo é a fama simples e barata.

Eles acham que o técnico X é culpado. Se você disser que não, você é apedrejado. Eles acham que pode tudo, e se você achar que não, você é humilhado.

Os “Zé Ong” são a pior coisa que este mundo viu na história. Cheio de teorias e verdades absolutas, lutam por direitos e esquecem da democracia. Aquela onde eu posso achar que o seu politicamente correto não está correto, logo, posso pensar diferente e não estou errado por isso.

Ontem, assim como no caso do gay do Vôlei, umas ongs desocupadas caçadoras de vilões virtuais pegaram outra frase minha, perdida sem contexto, e a colocaram onde bem entenderam, gerando revolta de coleguinhas politicamente corretos e revoltadinhos virtuais.

Eu disse, cedo, quando abri a web, que não vi estupro nas imagens do BBB. Ironizei dizendo que a estuprada (entre aspas) estava abraçada ao (estuprador) na sala. Acho que fica meio claro que, se não vi estupro, se assim não considerei, até por não ter um raio x na minha tv pra saber o que rolava ali no edredom, eu não estarei julgando e analisando estupro na sequencia. Parece óbvio, mas pra alguns, não é.

Em seguida cito que acho ridiculo homens e mulheres que bebem até cair. Que acho tosco, que acho feio, etc. Não há nenhuma relação com “estupro”, pois como deixo claro, não considerei assim. Estou discutindo os BBBs deitados no chão, tudo com dor de cabeça preocupados com o que passou na tv na noite anterior, o que os pais acharam, essas coisas de bebado.

Onde que o fato de e achar que quem quer respeito não deve beber até não saber o que fez tem a ver com eu achar bacana ou “justo” um estupro?  Qualé a união “respeito” / “ser estuprada”?

Passam horas com pessoas normais discutindo, dando RT, concordando, discordando e tudo bem. Até vir um Zé Ong, igualzinho no caso do volei, dar RT no meu twitt e dizer pros seus milhares de seguidores que eu estou dando ok pra quem tiver bebado ser estuprado.

E lá se vão horas e horas sendo agredido por pessoas tão despreziveis que me recusei a responder. Julgando, acusando e ofendendo sem ter tido o pingo de cuidado de ler o que foi dito e sob que aspecto foi colocado.

No dia do vôlei, igualzinho. Meu texto não havia feito nenhum barulho quando publicado. 24h depois, quando um cara me perguntou sobre opção ou orientação, respondi perguntando a ele: “Mas se voce nao acha natural e nem opcional, você acha doença?”.

Um filho da puta blogueiro de modinha teen tirou a interrogação e meteu pra 300 mil seguidores, que levaram pro deputado desocupado Jean Willis, que deu RT também ser ler, e que foi imediatamente retuitado por todas as ongs gays do país.

E é assim que funciona. Rede social, hoje, é só pra quem quer ter opinião aparecer. Mesmo que ele não tenha, mesmo que não faça sentido, ele vai lá pra reclamar e agredir.

Era dia de dizer que houve um estupro. Quem é você, Rica, pra discordar disso?

Mas discordo. Porque não vivo com a fama como objetivo. Discordo e ponto.  Não ofendi quem pensa A pra pensar B. Já o contrário…

Por isso não tem mais comentários, por isso não terá mais tanto twitter, por isso cada dia menos é possível interagir.

Redes sociais eram pra ser um canal do caralho entre leitor e jornalista/ator/cantor, etc.  Mas não é.

É apenas um lugar onde milhões de pessoas passam o dia reclamando de tudo que não gostam. São capazes de assistir a um UFC até as 3 da manhã só pra falar mal dele. São capazes de pixar a carreira de um cantor só por não acharem que o que ele canta é digno de “Chico Buarque”.

São capazes de tudo, menos de responder pelos seus atos, ofensas e ameaças.  Até que um dia, e tenho fé que ele chegará, a internet pedirá CPF pras pessoas escreverem nela e responderem pelo que dizem.

Aí eu quero ver quem é que vai assinar o que diz e quem vai se esconder.  Uso uma charge, mas por mera falta de simpatia com a idéia da fama. Mas meu nome é Ricardo Perrone e quem escreve aqui tem cpf.

Eu não concordo com nenhum tipo de estupro, por mais óbvio que seja ter que explicar isso. Apenas disse, para meninos e meninas, em 3 posts seguidos, após ironizar a idéia de “estupro”, que não acho bonito pessoas bebadas e que quem quer respeito não deve cair de bebado por ai. E sigo com a mesmíssima opinião.

Não bebo mais do que posso, quando bebi além da conta passei por ridiculo e não fui digno de respeito. Por isso, aprendi a beber. Se você não aprendeu, é problema seu. Mas saiba que acho ridículo um sujeito adulto sem noção do que faz por ter bebido demais.

O que não implica em achar bonito ou considerar que isso seja um convite ao estupro.

E se eu acho que uma pessoa de 30 anos que bebe além da conta não pode reclamar de ter passado vergonha no dia seguinte? Acho sim.  Ninguém, enfiou bebida nela.

E se alguém usar isso pra enfiar outra coisa nela, não acho não. Aí são outros 500, tido como verdade absoluta pra muitos de vocês, ignorado por mim e usado para julgar meu comentário como verdade absoluta.

Não, pela imagem que vi, não acho que houve estupro. Acho que os dois estavam bebados e passaram maozinha pra lá e pra cá. Só. Com ambos sabendo o que estavam fazendo, como aliás, saibam, a menina confirmou a produção do programa.

Desculpem, sei que é quase crime, mas não vou entrar na super-tag do dia do twitter.

abs,
RicaPerrone