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O momento do jogo

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O momento do jogo

Gosto de encontrar um momento na partida pra criar a partir dele um texto no final.  Hoje, por todos os motivos do mundo, não consegui fazer o post do jogo em cima de um lance. Eram muitos, tive que generalizar.

Mas guardei meu momento especial do clássico para um post só dele: o momento em que Bill caminha para cobrar seu pênalti.

Jobson havia feito sob muita pressão na cobrança anterior. Afinal de contas, se alguém era candidato a vilão naquela lista era ele, o ex-promessa que quer ser ex-problema.

Quando Bill começa a andar a torcida do Fluminense comemora. É constrangedor, mas a torcida do Botafogo sente rigorosamente a mesma coisa e se cala.

Por um momento o estádio teve certeza de estar diante do fim da disputa. E Bill, que é um atacante ruim, que cabe desconfiança e que na minha avaliação técnica não merece a 9 do Botafogo, vai mancando até a área.

Ele ajeita, manca, anda pra trás, mancando e pára.

Eu posso estar enganado, mas apostaria uma grana que as “mancadas” do Bill eram uma prévia justificativa de fracasso.  Ele podia andar, mas se andasse aumentaria sua “culpa”.

Aqueles segundos entre o apito e a cobrança devem ter durado uns 3 minutos. E Bill correu e não enfiou o pé. Bateu com categoria, de chapa, no canto.

Eu, se fosse Bill, enfiaria a porrada. Ou talvez tivesse tido um AVC indo pra bola. Ao marcar o gol, teria mandado as duas torcidas pra puta que pariu. Ele não.

Comemorou aliviado, sem rancor, e voltou pro meio.

Por mais que Renan tenha sido o nome do jogo, em nenhum momento foi colocado sobre seus ombros 10% da pressão que o atacante do Botafogo sentiu nesta noite.

Bill, que continuará sendo grosso e perdendo gols absurdos, mostrou hoje que pode não ter quase nenhuma habilidade. Mas teve uma personalidade e um sangue frio que os outros 21 jogadores no campo não teriam.

Meu cara do jogo: Bill. O grosso.

abs,
RicaPerrone