O indiagnosticável Grêmio
Tem clubes que fascinam por sua regularidade, outros pela falta dela. Alguns por ganhar com propriedade, outros por ganhar Deus sabe como. Em nenhuma dessas categorias encontra-se o Grêmio, o único clube indiagnosticável dos 12 grandes do país.
O Grêmio passou. Nem brilhando, nem tremendo. Passou.
E nas oitavas chega sendo Grêmio, mas sem o Olímpico. Sem um grande time, como se isso fosse fundamental em sua história para conquistar títulos. Mas com uma filosofia, um treinador que entende de Grêmio e, portanto, de Libertadores.
O que vem aí? Quem vem aí?
Não, não me refiro ao adversário. Quero saber que Grêmio vem aí. O do Olímpico? O que pensa mais do que corre. O que sangra se precisar? O taticamente evoluído ou o que há anos não consegue um grande título?
Costumo dizer que tem clubes que a camisa se apresenta na frente do elenco. Quando o Boca cai na nossa chave da Libertadores nós nem sabemos a escalação do time, só conseguimos pensar: “fodeu, é o Boca”. Pode ter absoluta certeza que entre os poucos brasileiros que causam isso pelas Américas está o Grêmio.
Mas qual Grêmio?
O que joga pro gasto, pode bastar. O que envolve o adversário pode não resolver. O único Grêmio capaz de vencer a Libertadores é aquele que transforma suor em sangue, aquele do lateral que joga com uma chuteira 2 números maior de tão inchado o tornozelo. Aquele Grêmio que é chamado de “encardido”. O time da torcida que vibra com carrinhos e retomadas de bola.
O Grêmio passou. Como será o amanhã, não sei. Mas é o Grêmio, e isso pode bastar em alguns casos.
abs,
RicaPerrone