O de “quase” sempre

O time brasileiro viaja, toma pedrada, cusparada e sofre pressão. Em campo, o arbitro, morrendo de medo, apita tudo pro tal de Boca, poderoso time de um futebol falido.

Nós reclamamos e, mesmo com enorme razão, caímos na bobagem de internamente menosprezarmos a reclamação e focamos na falta de “malandragem”. Aquela que odiamos quando convém.

Perdemos. Voltamos, acreditamos e jogamos em busca de reverter.

Eles não, afinal, sabemos, raramente eles jogam futebol. Catimbam, fazem cera mesmo perdendo, distribuem pontapés e esperam 90 minutos por um mísero lance.

Ele acontece, sempre acontece.

O futebol se resumiu a matemática simples de que se todo time tem ao menos uma chance de gol por partida, basta se defender porque uma hora entra. Assim temos visto campeões surgirem aqui, e assim vemos o futebol argentino sobreviver com raríssimas exceções.

Ninguém perde Deco, Fred e Nem impunemente. Faz parte, é do jogo, e o Flu não foi inferior ao Boca mesmo assim. Mas, no apito lá, bem aqui, não conseguiu administrar a vitória que levaria pros penaltis.

Não porque a pressão era forte. Mas porque o Boca sabe o que faz e, fora de casa, onde não tem obrigação moral de jogar futebol se sente ainda mais confortável pra jogar 90 minutos por um chute a gol.

Ele aconteceu e como quase sempre, entrou.

Lá vai o Boca, pendurado na sua camisa. Fica o Flu, procurando motivos que nem mesmo o mais corneteiro e apaixonado secador conseguirá encontrar além da fatal soma de desfalques e arbitragem.

Aplausos. Porque morreu atirando e não correndo.

“Mas morreu!”, dirá o prático.

E vocês que sequer chegaram a viver?

Valeu, Fluzão!

abs,
RicaPerrone