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O contrato sem contrato

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O contrato sem contrato

Após postar sobre o contrato obviamente recebi ligação de todos os lados. Vou resumir da forma mais “rica perrone” do mundo.

Esquece o contrato. Ele parte do bom senso e não houve.  Parti do mesmo princípio, e não é nada disso.

O que está acontecendo é uma briga política com interesses comerciais não divulgados que teve o óbvio final da corda estourando pro lado mais fraco. E mais fraco neste caso foi o Flu não por ser um clube menor, mas por estar devendo ao Maracanã.

O que o estádio quer é o Vasco. O Fluminense é ruim pro Maracanã e sendo devedor se torna péssimo. A “namorada nova” se aproveitou de uma “clausula” que sequer em tese ele poderia conhecer por sigilo para “peitar” o lado do Flu com uso do mando.

Na prática o Vasco deve ter dito: “mando é meu? São Januário. Não pode? Então lado direito”.

O contrato dizia que era a hora do Maracanã chamar o Flu e dizer “fudeu, eles tão engrossando. Tem acordo?”.

E aí o Flu poderia sentar na mesa e dizer “to devendo, alivia pra mim e eu libero o setor nessa final”, ou poderia dizer “nem a pau!”.

Não houve. Os ingressos foram vendidos e o Maracanã não deveria ter liberado a carga pro Vasco antes disso ser resolvido, embora ele tenha a barganha de ter no Flu um parceiro devedor e que ele não quer mais.

Política.

Mas aí o Fluminense passou a ter razão legal, mesmo tendo iniciado a polêmica sendo o lado “devedor” da história.

O Vasco não fez nada ilegal. Quem cometeu um erro foi o Maracanã ao confiar na “paz” com o Fluminense em virtude da dívida. Na base do “ele me deve, vou me aproximar do Vasco e ele vai me entender”.

Não entendeu. Até porque está saindo e vai sair macho pra torcida. Falou um monte de absurdo na tv, mas falou respaldado num contrato. Contrato que ele mesmo não respeita. Mas ainda é um contrato.

Se o Maracanã não quis processar o Flu pelas dívidas, problema dele. Legalmente o Fluminense tem respaldo, embora não tenha moral pra peitar. Nem precisou.

O Maracanã não deu ao Flu o direito de ser “humilde” e negociar como devedor. E aí perdeu a razão.

O Vasco não é o vilão. Quis fazer o que todo clube faz todo santo dia: média com torcedor. Ganhar o lado só pelo “chupa”.  E viu o Maracanã balançado pelo flerte e se rendeu.

Vou ser mais prático:

O Maracanã é casado com o Fluminense. Mas ele quer dormir com o Vasco. O Vasco precisou do Maracanã e meteu um nude pra ele. Até ali não havia traição.

Quando o Maracanã abre a guarda e sai com o Vasco ele traiu. O Fluminense podia ser um péssimo marido, mas agora é corno. E o corno tem sempre razão.

Futebol não tem dono. E nada que não tem dono funciona. Estamos discutindo lei quando na verdade trata-se de um grande e escondido jogo de interesses que não serão claros e abertos ao público.

RicaPerrone