O chefe

Eu não sei o que acho sobre a terceira falta do Adriano. Não sei o que Zinho ouviu naquela sala, mas seja o que for, muito me agrada o fato de ver ele sair de lá e bancar sua posição.

Se nos clubes brasileiros muitas vezes o pecado é não saber quem manda, o Flamengo parece ter corrigido isso com o Zinho.

Certo ou errado, não é esse o ponto.

O ponto é que hoje o jogador do Flamengo sabe com quem falar em caso de algum problema. Alguém do meio, da bola, reconhecido e vencedor.

Entre as coisas que mais me incomodam na vida está o sujeito omisso, covardão. Aquele que se mantém longe de problemas e discussões meramente para “não se comprometer”.  Aquele que “não se compromete”, na real, se esconde. E fazer isso num cargo de liderança é absolutamente imperdoável.

Zinho não faz. Ele assume, não esconde o que houve, esclarece e quando procurado para responder, responde.

Se Adriano fica ou sai, me parece ser, agora, uma decisão dele. Eu não vou mais insistir na tese do quanto joga, do quanto pode jogar, do quanto torço por ele, nem do quanto acreditei.

Me parece algo a mais do que beber, balada, etc. Um sujeito na condição dele pensar, de novo, em parar. Algo na vida dele não é comum, e talvez a gente não saiba o que é. Talvez tenha a ver com família, talvez não.

Não sou eu quem tem que achar nada, nem você. É o Flamengo, no caso, o Zinho.

E ele acha. O que muito me agrada.

Certa ou errada, tomou uma decisão e foi lá banca-la. E por pior que ela seja, não será pior do que não tomá-la.

abs,
RicaPerrone