Nunca serão!

As pessoas me rotulam como um anti-argentino convicto e até exagerado. Não vou ser hipocrita de dizer que não gosto.

Gosto sim, e me divirto com a situação.

As vezes me perguntam porque, quando na verdade deveriam se perguntar qual seria a outra alternativa que não renega-los.

Argentino não coloca a camisa da seleção brasileira. Argentino não usa a camisa do Fluminense, Inter ou Corinthians na rua achando que “tá gatinho”.

Nos estádios de lá há uma regra de que não é permitida a entrada com a camisa do Brasil. E na Copa, onde disputamos o mesmo título, eles não nos admiram, apenas torcem contra.

Afinal, apaixonados pelo seu país, gozam de uma facilidade interessante de não sentir orgulho de ser baba-ovo.

Não odeio pessoas argentinas. Faço pra sacanear. Odeio todo argentino vivo quando o assunto é esporte, e vice-versa.

Cada um é cada um. Você pode adorar quem te odeia, pode curtir quem te menospreza. É da personalidade de cada sujeito.

Na minha, só gosto de quem gosta de mim. Franceses e italianos se dividem entre gostar ou não do Brasil. Argentinos, no esporte, não se dividem. Nos odeiam declaradamente e torcem contra em tudo.

E quer saber? Estão certíssimos!

A graça do esporte é a rivalidade. Eu, jornalista, não me sinto a vontade de gozar ou secar nenhum dos clubes grandes do país. Falo com seus torcedores, seria falta de respeito se o fizesse. Mas quando um deles está diante de um time de fora, torço.

Quando um brasileiro vai disputar com um argentino, torço mais ainda. E quando não importa se o Brasil participa ou não, torço contra eles.

Por princípios, vergonha na cara.

Eu não aplaudo quem me chuta. Eu não fico querendo namorar a menina que ri da minha cara. É uma questão de amor próprio, coisa que argentino tem, brasileiro não.

No esporte, somos inimigos. E é assim que a coisa se torna divertida.

Torcer pra argentina, sendo brasileiro, me soa como idiotice. Vontade de aparecer, complexo de inferioridade ou meramente falta do que fazer.

Quer fazer contra seu rival? Normal. Também fazia quando só torcedor. Ontem ser Boca era parte do processo para os rivais do Corinthians. Mas hoje, não mais.

Ser argentina ou vestir sua camisa numa Copa América é ridículo. Torcer por eles numa Copa é digno de pena.

Eles não estão errados em jamais vestirem nossa camisa. Errados estão os “diferentes” brasileiros que acham moderninho vestir a roupa de quem faz piada da sua.

Errado está o cara que acha divertido querer mudar de lado pelo puro prazer de “ser diferente”. Diferente pode ser sinonimo, também, de imbecil. Note.

Torça pela argentina, seus clubes, seu futebol catimbeiro, nojento, desleal e altamente atrelado a mutretas e irregularidades. Faça o que te faz feliz, mesmo que a felicidade, neste caso, seja fazer papel de idiota.

Mas é meu direito achar ridículo, como é seu direito fazer papel de ridículo.

Os torcedores do River que ontem eram Corinthians hoje não são mais. Muitos dos brasileiros que ontem foram Boca, hoje continuam sendo. Pois acham divertido, diferente, moderninho.

Podem argumentar o que for, tentar me convencer, dizer que é seu direito. E sim, repito, é mesmo.

Todo mundo pode escolher entre constituir família ou ser mulher de malandro. Ser uma vagabunda também é uma escolha. Pode fazer.

A Argentina é o rival do Brasil. Queira você ou não. Eles nos roubaram uma Copa comprando um adversário. Doparam nossos jogadores em outra e dão risada da nossa cara até hoje por isso.

Mas tenha certeza, toda vez que vestir a camisa deles, que NENHUM deles faria o contrário.
Pois ao contrário de voces, e com dor no coração em admitir, eles tem vergonha na cara.

Eu também tenho.

abs,
RicaPerrone