Naturalmente

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Boateng reagiu outro dia a um grupo de torcedores racistas num estádio europeu. A discussão, quase sempre vazia, voltou com força.  Isso resolve? Ajuda?

E não, não passa pela minha cabeça que o jogador tenha sequer imaginado a situação antes do jogo. Assim sendo, foi espontâneo e  natural, talvez como eu, você e outros tantos já teriam sido há algum tempo.

Diz o Seedorf e outros tantos que “não resolve”,  contestando a atitude. Resolver, não resolve. Mas e você, fez o que quando foi chamado de macaco por 15 anos na Europa? Fez que não viu, adiantou?

Não, também  não.

Nem se trata de uma solução. Não será o Boateng que irá resolver o racismo no mundo, mesmo se tratando do tão superestimado “primeiro mundo”.

Mas talvez seja ele, através de uma atitude de “saco cheio” que comece uma alternativa aos ignorantes racistas que ainda circulam nos estádios.  Se reagir sem pensar “não resolve”, não reagir resolve bem menos.

Blatter, Seedorf e outra turma grande estão discutindo o que não está em questão. Boateng não pediu avaliação para o conselho mundial anti racismo no futebol se a atitude dele é a solução do problema ou não. Apenas fez.

E fez porque agiu naturalmente, irritado, cansado, como todo ser humano, não como um macaco.

Não é pra julgar. É pra entender.

E se não entender, aí sim, dá pra julgar.

É burrice.

abs,
RicaPerrone