Não vale nada

O campeonato Gaúcho “não vale nada”.  Todo torcedor diz isso durante meses até que a óbvia final aconteça. Quando frente a frente Grêmio e Inter o que menos importa é pelo que estão brigando, mas sim quem ganhará a briga.

Briga é um termo feio. Mas Grenal nem é esporte.

Aos 8 minutos era claro que intimidar era mais importante que jogar. E que portanto ninguém jogaria.  Existe jogo truncado, jogo catimbado e o Grenal. Esse último nem jogo é.

Todas as expectativas foram atingidas. Sem gols, porque em Grenal destruir é o ato mais comemorado. Com cartões, porque tem que chegar mais duro que o normal. Com polêmica, porque mesmo se tivesse sido pênalti hoje haveria metade do Sul dizendo que não.

E com um final apoteótico. Porque Grenal é Grenal.

O Gauchão nada mais é do que um pretexto pra esse jogo acontecer decidindo algo. São meses protocolares até que se chegue o dia do confronto final, que as vezes sequer acontece.

Pois quando acontece, há um ritual. E nele já está incluso a provável expulsão do Dalessandro.  Provável e merecida. Porque no caso dele não é preciso ver o que ele fez pra saber que o cartão é justo. Dalessandro entra em campo merecendo a expulsão todo jogo. As vezes consegue, as vezes não.

Justo? Sim. O Grêmio é melhor ainda do que o Inter. Embora esteja bem abaixo do Grêmio dos últimos 2 anos, esse time fez um campeonato melhor do que o rival e jogou um pouco melhor ontem também.

Em boas mãos. Nas do cansado Portaluppi, que já virou ditato no céu. Por lá, meteoros e cometas brincam dizendo que “essa Estrela tem Portaluppi”.

Agora o Grêmio volta pra sua Libertadores sofrida. O Inter pra sua Libertadores tranquila. Em dias estarão dizendo que “isso é o que vale”.

Mas valeu. O estadual é briga de dois irmãos em casa de portas fechadas.  Pouco importa o que o mundo vai ver de nós. Desde quem a gente saiba aqui em casa quem bateu em quem.

RicaPerrone