Não tem golaço sem goleiro

Não quero saber em março de 2016 o que alguém terá pra dizer sobre R10 no Fluminense. Lá será fácil avaliar o negócio, mas ele tem que ser avaliado hoje, com os riscos que envolve para as duas partes.

E numa boa, por mais que eu não confie no Ronaldinho e odeie a idéia dele ter alguém sempre respondendo por ele, é inegável que trata-se de um gênio.

Com 35, talvez sem interesse. Talvez seja caro. Talvez seja uma dívida anunciada.

Mas e o contexto?

O Flu sem Unimed não podia nada. Ele diz pro mercado que pode e tem hoje o time mais “estrelado” do Rio, talvez até do país.  São 4 de seleção sub 20, um ídolo mundial, um centroavante diferenciado, um volante de seleção, um goleirão.  Não deve nada a ninguém.

Estrelas resolvem? Nem sempre. Mas o futebol é feito de ídolos e isso que move o mundo atrás dos craques do Barça. Ninguém acompanha tudo aquilo pra ser campeão espanhol.  É pelos caras.

E Ronaldinho é inegavelmente o maior nome do futebol mundial ainda em atividade. Logo, traze-lo, significa mídia.  O Fluminense num patamar internacional que jamais esteve.

Farão bom proveito disso? Outros 500. Potencial, tem.

Como jogador? O meia armador?  Eu não espero nada dele. Mas não tem quase nada que o Wagner fizesse que ele, dormindo, não possa fazer.

No grupo? Gostam dele. Pros jovens, blinda. Pra mídia, dá notícia. Pro futebol brasileiro dá cartaz.

É caro? Aí sim, temos uma discussão. Ronaldinho por 400? Puta negócio. 500? Legal. 600? Arriscado. 700? Pode ser que funcione. 800? Um risco grande.  900? Um puta risco! Um milhão? Fodeu! Vai dar merda.

Mas porque condenar o risco?

Até porque, é de golaços que vive o futebol. E só faz um desses quem arrisca alto.

Não tem golaço sem goleiro.

abs,
RicaPerrone