Não somos racistas

Quando 10 torcedores do Palmeiras agridem um jogador, nunca defendi que se colocasse “a torcida do Palmeiras” como “violenta”.  Atitudes isoladas e de uma insignificante parte de uma massa não podem representar ninguém.

O que houve com Tinga, com um estádio inteiro fazendo sons de macaco, é preocupante. O que houve com Arouca e o arbitro em Porto Alegre também, mas não por vivermos numa sociedade racista que precisa de cura, mas sim por preferirem discutir a causa, generalizar o problema do que apontar os 5 criminosos que fizeram isso.

Cinco! São no máximo cinco!  Estamos falando de “racismo no futebol brasileiro” porque cinco caras, provavelmente imbecis completos, chamaram alguém de macaco.

Não há uma dose de exagero nisso, não?

Será que não há uma confusão entre o que houve no Peru e os casos isolados no Brasil?  Será que quando um jornal argentino nos chamou de “macacos” achamos graça porque? E quando fizeram o mesmo com os nigerianos nas Olimpiadas? Porque, neste caso, onde culturalmente um pais acha graça do racismo, nós tratamos como normal?

Porque cinco pessoas num país que dentro do futebol convive muito bem com a diferença de raças, tornam o meio do futebol racista?

Sempre haverá um ou outro. Em qualquer área, pra qualquer tipo de preconceito.  Devemos nos preocupar com atitudes coletivas, ou, “culturais”.

Não somos racistas.  O que não quer dizer que não haja racismo.

Tenho pena de argentinos e peruanos capazes de fazer uma manifestação dessas coletivamente. Isso sim é de se preocupar.  Aqueles 5 idiotas em meio a, sei lá, 30 mil pessoas, não me causam qualquer vontade de debater o tema além de sugerir que sejam punidos individualmente e ponto final.

Interditar estádio? Foram alambrados e cadeiras que xingaram alguém de macaco? O que isso resolve? O que muda?

Muita manchete pra pouca atitude. Não podemos tolerar 5 torcedores ignorantes no alambrado gritando pra um jogador. Mas a capa de um jornal de outro país chamando negros de macaco, achamos “divertido”.

Não somos racistas.

Mas o racismo existe e é como idiotas. Tem em todo lugar. Basta não amplificar a voz deles.

abs,
RicaPerrone