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Não deve ser confuso

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Não deve ser confuso

Eu nunca consegui saber se eu era de direita. Eu sou a favor da legalização de drogas, do aborto, sou ateu. Acho que não sou exatamente o que a direita prega. Sou bastante liberal, mas considero todas as idéias da esquerda hipocritas, sem noção e com considerável histórico mundial para se cravar: não funciona.

Entre os fatos e minha opinião há um abismo. E toda vez que eu trato de algum político sob suspeita eu não o acuso do que o povo quer ler exatamente por ter respeito aos fatos mais do que a minha opinião. Jornalisticamente é o passo número 1, ignorado pela enorme maioria dos meus colegas jornalistas, que contam a história como lhes convém.

O que está acontecendo nessa eleição é absolutamente nojento, mas fácil de entender.

Existe o que a esquerda ACHA sobre o Bolsonaro. E ela transformou isso em notícia e fato para ter razão. Mentiram, deturparam, criaram uma pessoa que não existe e plantaram idéias como fatos. O outro lado não precisa criar nada. É fato que o PT é uma quadrilha e que seus líderes são bandidos. O seu maior líder está, inclusive, preso.

Diante de tal cenário eu considero muito simples o que chamo de “bom senso”:  Você tem um fato e uma opinião. Os dois se opõem. Ou você é teimoso e arrogante ao ponto de se achar maior do que os fatos, ou você segue a lógica e arrisca naquilo que pode haver engano.

Toda opinião contra o Bolsonaro PODE estar certa e ele ser a pior coisa do mundo. Porque não? Mas neste momento você tem um fato e um palpite. Apenas isso.

É possível também, embora a esquerda desconheça por algum motivo, que você tenha uma péssima opinião sobre o lado de lá mas que nem por isso se prestará ao ridículo de apoiar o lado comprovadamente corrupto e mafioso que destruiu seu país.

Você pode dizer #elenão e anular. Pode até mesmo ter em você a arrogância de achar que sua opinião sobre alguém que você não conhece é mais real do que os fatos de conhecimento público. Arrogância não é crime, nem burrice.

Mas fazer campanha, usar logo, pedir voto pra uma quadrilha faz de você um sujeito de caráter duvidoso.

O voto no Haddad é um voto numa quadrilha. É um voto num presidiário. É, queira você ou não, um voto a favor do maior esquema de corrupção da história do planeta já descoberto.

Essa parte você não pode “achar” nada. É fato.

O voto no Bolsonaro PODE SER um equívoco. O outro voto com absoluta certeza é.

Existem fatos e o que você acha.  Ao inverter os dois você não se faz de bobo, burro ou inocente. Você apenas encontra uma forma mentirosa de explicar o absurdo que você está disposto a fazer pela sua ideologia. Não pela sua moral, nem pelos seus valores.

Valor nenhum sobrepõe os fatos. E é fato: votar no PT é premiar a corrupção. No Bolsonaro, TALVEZ, QUEM SABE, um erro.

Entre o erro certo e o risco, sempre o risco. Isso é básico. Uma criança de 4 anos e um adulto de 50 entre uma ponte quebrada e uma bamba, atravessam pela bamba.

Eu sei que não vou mudar seu voto. Só quero registrar o máximo que eu puder o quanto eu me recuso a aceitar que você se submeta a testemunhar a favor do seu estuprador no julgamento onde você era a vítima.

abs,
RicaPerrone