Na história

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Na história

A turma do “eu avisei” está em festa. Eufóricos com a possibilidade de ver o gigante de joelhos, comemoram como miseráveis que são. Não pela glória, mas pelo fracasso alheio.

O covarde torcedor que fala em “time da CBF”, ou que justifica sua vontade de ser diferente e aparecer numa rede social na escolha de um treinador é o mesmo que, na alegria ou na tristeza, com escandalos bem piores ou com técnicos mais mediocres ainda faz juras de amor ao seu clube.

E ele diz, cheio de razão: “O Brasil não é meu time! Eu sou muito mais XXX do que brasileiro”. E aí você acha a razão disso tudo.

Não diz respeito a pátria, ao jogo, ao técnico, a porra nenhuma. Diz respeito as cores que você renega sob argumentos vazios meramente para ser diferenciado.

Não torça, me diga que “nem liga”, que “infelizmente não consegue se envolver com a seleção”, ok! Juro que respeito.

Mas não invente argumentos toscos para justificar sua vontade de ser do contra. Se não torce é porque não quer, não porque o presidente da CBF não lhe agrada ou porque o técnico não é quem você queria. Este critério, se aplicado além do bla bla bla, faria você não ter mais time, seja ele qual for.

O que faz a CBF de “anti ético” ou “ilegal”, conforme acusam tantos é 10% do que acontece dentro de qualquer clube do país, inclusive o seu, seja ele qual for.

Procure notar que não há esse tipo de reação em países mais desenvolvidos ou mais pobres que o nosso. Aqui, por vivermos o meio termo e termos sido colônica, achamos que tudo que é nosso não funciona, que tudo que vem de fora é lindo e que merda em ingles fede menos que em portugues.

A seleção brasileira não é, nem merece ser, a sua válvula de escape para todas as frustrações como cidadão.

Se nem liga, “nem ligue”.  Se tanto se importa, não pregue a indiferença que não consegue demonstrar.  Seja honesto com você, com o seu país, com as pessoas a sua volta.

Você se importa e, se debocha ou comemora, é porque não lhe é indiferente.

Nas Olimpiadas vivemos, de novo, um show de auto-menosprezo. Todo santo dia, o dia todo, terminando em grande estilo com as redes sociais registrando o brasileiro rindo do brasileiro, achando graça em se foder.

Esquece o jogo. Não tem nada a ver com isso.

Vai além, bem além de 4 linhas e uma bola. Diz respeito a quem somos, o que podemos ser e no real motivo de não sermos o que “adorariamos” ser.

É esse espírito, essa mania, essa covardia em aceitar a situação de coitado ao invés de assumir a culpa pelos problemas.  “É o governo”,  “É a cbf”, “é a puta que pariu”.

Nunca eu, nem você.

Será?

Temos 4 anos pra aprender. Dá tempo?

abs,
RicaPerrone

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.