Na dúvida, olhe pro cometa

As vezes a gente passa tempo demais discutindo o que não precisa ser discutido.  Entre observar um cometa e passar os raros minutos possíveis em vê-lo teimando se “é ou não é”, não vacile: olhe pro cometa.

Eu não sei o que esse Flamengo vai ganhar. Mas sei que isso também não é nem perto de ser “tudo”. Tolo é quem acha que futebol se basta num resultado, numa relevância de um torneio. Pouco entendido até, eu diria.

Basta ver que o coração de tricampeões da América pararam por uma “batalha” na série B.  Que o time campeão do mundo ajoelha até hoje diante de um gol na final do estadual contra um pequeno.

Outro tetracampeão brasileiro chora ao falar do milagre do não rebaixamento. E os maiores campeões do Brasil se apaixonaram por um time que só levou um estadual.

Talvez o Flamengo não ganhe a Libertadores, o que na cabeça megalomaníaca e arrogante de muitos será um absurdo. Talvez ele seja campeão. O Brasileiro é protocolo. Só um absurdo sem precedentes tira o título do Flamengo e me arrisco dizer que bem antes da última rodada.

O que importa neste momento não é exatamente saber até onde vai o cometa, quem o criou, porque está ali e nem quando volta. Mas sim olhar pro céu e registrar na mente algo raro que acontece de tempos em tempos e que levamos os intervalos relembrando.

Quer ouvir contarem ou assistir?

O Flamengo jogando futebol hoje é um cometa. Um time que encaixou como aqueles que citamos no nosso saudosismo diário. Ganhando ou não, falaremos dele um dia.

É competitivo. É inteligente. Parece emocionalmente forte. E é bonito demais de assistir.

Pare de discutir o cometa. Assista-o. Ele demora a passar de novo.

RicaPerrone