Muita calma

Há algumas horas meu e-mail, instagram, twitter e facebook estão sendo bombardeados por torcedores mais diversos pedindo uma opinião sobre a denúncia de que o Fluminense teria dado propina para liberar o uso do estádio Giulite Coutinho.

Clubismo a parte, há de fato a denuncia, o que também não determina a culpa.  Mas já se mobilizam tricolores sob o argumento de “todo mundo faz”, os não tricolores sob o argumento de “o time do tapetão não tem limites”.

Os rótulos vão rolar solto. Não tem como evitar. Mas nós, jornalistas, devemos ter calma e não é hora de opiniar até que isso seja de fato esclarecido.

Porque?

Porque em jogo está mais do que uma denuncia de um possível dirigente de um clube ou do sistema de propinas que todos nós conhecemos cada dia mais.  Mas porque a imagem do Fluminense em virtude de diversas inverdades é manchada nacionalmente, e uma “verdade” em cima disso traria consequências comerciais terríveis pro clube.

É difícil pra uma criança crescer vendo tudo que se está vendo no Jornal Nacional todo dia e escolher pra torcer um time que eventualmente apareça cometendo algo assim.  É difícil pra um pai explicar. Será difícil pro Fluminense vender sua camisa e marca.

Então, pela gravidade do assunto, calma.

E eu nao acho “grave” que tenham pagado pro bombeiro, se é que pagaram. Eu vi mais de 20 amigos abrirem negócios no Rio de Janeiro e vi que as obras só são liberadas com a propina. É quase institucional, o que não retira deles a responsabilidade de terem aceitado o sistema.

Mas há um sistema. E se depois de tudo que está sendo exposto nesse país você ainda duvidar, interne-se.

Um clube no Brasil não pode ter seu nome ligado a nada nesse sentido e esse clube é o Fluminense. Seu rótulo, injusto, insisto, já é esse. E confirma-lo com um fato e não mais uma lenda urbana seria bastante perigoso por todos os motivos que citei acima.

Então, de novo, calma.

abs,
RicaPerrone