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Maradona, a lenda

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Eu nunca gostei do Maradona e acho que não preciso explicar os motivos. Acho engraçadíssima a comparação que os argentinos fazem com o Pelé e pra mim, até ontem de madrugada, era uma brincadeira.

Descobri que não.

Num documentário disponível no Netflix, vi quem é Maradona. Assisti atentamente ao que os argentinos pensam sobre ele, o quanto o idolatram e o quanto ele acha bonito ser o que é.  Eu também acho bonito ser o que é. Não acho bonito, no entanto, ser autêntico quando se tem um monte de porcaria pra expor. Neste caso a falsidade é melhor do que a transparencia.

Maradona é um marketeiro, um sujeito que faz de causas políticas uma forma de se dizer “diferente” e ativo.  Na verdade ele não é ativo desde 1990, praticamente. Mas como a argentina precisa do seu único ídolo em destaque, ele participa.

Mas eu não estou nem aí pro Maradona fazendo tipo de guerrilheiro da paz ou não. Meu negócio é com o futebol e nele me espantei ainda mais.

A comparação com Pelé é patética. Não há qualquer argumento, a não ser que como Diego você tenha enorme necessidade de ser diferente para aparecer, que possa defender essa tese. Mas lá, pelo que vi, não é uma disputa. É uma certeza.

Certeza alucinada, doente e vazia. Mas é o que eles tem, temos que respeitar.  Não existe um leque muito grande para eles, portanto, o que tem vira Deus, literalmente.

Maradona é citado internacionalmente como o ídolo que tem até igreja. Mas é mentira, claro. Sua igreja é uma piada entre torcedores, usada para levar a sério seu endeusamento lá fora. Mas lá, nas “missas”, é tudo palhaçada. Tem mulher dançando semi nua, musiquinha, enfim. Não é idolatria pura, é só mais um grupo de desocupados que resolve aparecer na mídia e inventa alguma merda.

Diego tem 6 clubes na carreira, tendo jogado em alto nível por cerca de 10 anos. Pelé jogou cerca de  20 anos, não a toa fazendo 1200 jogos contra míseros 600 de Maradona.

Pelé fez 1200 gols, Maradona fez 300.

Pelé fez 77 gols na seleção em 92 jogos. Diego, nos mesmos 92 jogos, fez 35.

São 3 Copas contra uma, sendo que não se faz necessário citar sob quais condições de apito amigo aquele Mundial foi vencido. Mas foi, dane-se.

Interessante como se esconde a verdade sobre Maradona para exaltar, repito, o único grande ídolo argentino no futebol. Messi, por exemplo, é questionadíssimo pelos seus torcedores. Com razão, não joga picas na seleção.

Maradona ganhou 1 argentino, 2 italianos e a Copa. O resto é copinha do Rei, essas porcarias.

Pelé, coitado, só ganhou 6 nacionais, 4 inter estaduais que na época eram praticamente os nacionais, 2 Libertadores, 2 Mundiais e 3 Copas.

A comparação de títulos conquistados é na base Iranildo x Zico, por aí.

Maradona conta com orgulho o gol de mão e o gol contra da Inglaterra, onde ele corre em linha reta, dribla o goleiro e o zagueiro empurra pra dentro enquanto ele perde o equilibrio e cai sentado.

Pelé nunca cita sua cotovelada com orgulho. Afinal, tem mais do que se orgulhar.

O pós futebol dos dois é sacanagem comentar. Deixa pra lá.

Maradona foi técnico, tomou de 4 em Copa patética onde apenas a imprensa brasileira viu “grande futebol” na argentina.  Dunga e a nossa seleção, contra times bem mais fortes e jogando melhor, só paulada.

A verdade é que a disputa Pelé e Maradona passa por cultura. Argentino aplaude qualquer merda desde que seja deles. Brasileiro aplaude também, mas desde que seja de fora.

O documentário é divertido. Você assiste a um gordinho engraçado se fazendo de dono do mundo, rei da razão, filosofo politico e social, entre outros. O típico sujeito que tá na merda, sem emprego, tomando chifre da mulher e cagando regra sobre o que os outros deviam fazer para serem mais felizes.

Diego foi um craque. Virou uma caricatura.

Pelé foi um gênio e  ainda é. Raros jogadores daquela época conseguiram grana pra viver em alto nível até hoje. Pelé consegue ganhar mais hoje do que antigamente. É uma marca, um empresário altamente bem sucedido.

A comparação não existe.

Se os argentinos, eventualmente, quiserem comparar algo. Tentem Maradona x Zico.

Mas já adianto, sem piscar, meu voto é no Galinho.

Antes de encerrar, note a foto abaixo. Enquanto Pelé e Zidane olham para o lado fazendo pose pra foto publicitária, Diego tenta aproveitar do fato dos dois estarem fotografando para tentar ganhar o jogo. Repare que ele está olhando a bolinha que claramente corre na direção do gol de Zidane.

Ética e Maradona nunca deram certo… tsc, tsc, tsc.

abs,
RicaPerrone

PS – Caro leitor de mal com a vida. Informo aos que pouco me conhecem que todo texto sobre a argentina neste blog tem um fundo considerável de humor. Logo, não perca seu tempo tentando me dar aula sobre a cultura da terra do alfajour patrocinado pelo Fidel.

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.