Mais uma quarta-feira

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Hoje é quinta-feira, dia de discutir futebol. A rodada de quarta é obrigatoriamente o assunto de toda boa mesa de bar, assim como o complemento do “bom dia” a cada conhecido na esquina.

Mas na verdade não deveria. Era pra ser um dia de explosão pra uns, constatação pra outros.  Aquela quinta-feira que no Rio de Janeiro você, após ter assistido o campeão na tv, diz: “Os caras mereceram…”.

Aí seu porteiro diz: “Ano que vem é nois!”. E segue o jogo.

Mas não. Porque ninguém viu o Cruzeiro ser campeão. Apenas Belo Horizonte.

Ninguém parou pra registrar a conquista de um furacão que passou levando tudo em 2013 como se não houvesse resistência.  Não cravou a memória com um gol, um lance, uma data, nada.

O Cruzeiro campeão brasileiro não foi visto por todos.  Foi como ser campeão mineiro em cima de paulistas, cariocas e gaúchos. Só lá se viveu a semana do título. E eu lamento muito.

Queria ter um texto apaixonado pra escrever sobre o título, o lindo futebol ofensivo que joga o Cruzeiro, a noite épica, o gol, a festa. Mas não tenho. Meramente porque o sistema me privou de participar disso tudo. Daqui, ninguém ouvia falar de Cruzeiro. Só se falava nos times daqui.

Como em São Paulo, como em Porto Alegre, num erro de marketing brutal até pra quem anuncia, já que ser campeão nacional, hoje, não significa aparecer pra mais do que uma cidade na quinta-feira.

Hoje é quinta-feira. Já andei na rua. Ninguém falou no Cruzeiro.

E não, não é uma constatação anti-cruzeirense. Ao contrário, eu queria que todos estivessem falando nele pois é isso que ele merece. Mas não, ninguém viu.

Entende hoje, quinta-feira, porque precisa mudar?

Pelo campeão. Pelo patrocinador, pelo investimento, pela tv, pela história, pela eternização de um momento.

Não. Foi mais uma quarta-feira constatando o óbvio. O campeão homeopático terminou o tratamento.

E hoje?  Dia de Flu x Nautico. Nada mais.

abs,
RicaPerrone