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Mais a Léo Moura

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Perto de fazer 32 anos, Leonardo Moura é o capitão do Flamengo. Titular absoluto da lateral direita há 5 anos no clube, o “magrelo” de altos e baixos na carreira pode, enfim, se considerar uma realidade indiscutível no futebol brasileiro.

Quem, nos últimos 5 anos, manteve a sequência de Léo naquela posição? Maicon e Daniel, só. Sendo que o segundo deles já atuou diversas vezes como meia, não como lateral.

Não estou sugerindo que, aos 32 anos, em momento de renovação, ele seja o lateral da seleção. Mas também não compreendo seu nome estar raramente na lista nos últimos anos, assim como vejo “novos genios” surgirem todo dia e sumirem, enquanto ele está lá, treinando, jogando, correndo, melhorando, sempre cumprindo seu papel.

Vou a um exemplo fácil: “Cicinho”. O que ele fez na vida depois de 2005? Se você perguntar a 10 jornalistas quem é melhor, uns 8 dirão “Cicinho”. E eu pergunto: Baseado em que? Em 2 anos muito bons, há 5 anos?

E o Ilsinho, que foi a “nova esperança” após Cicinho na seleção?  Não é lateral há 3 anos, nunca vingou na seleção e convenhamos que onde estava ninguém viu nada, só sabemos que era meia direita. Mas ao chegar no Brasil, rapidamente é tratado como “craque” da lateral, coisa que não dá pra cravar, afinal, foi vendido após 20 jogos.

Léo Moura é tímido. Quando passou pelo SPFC e pelo Palmeiras, não vingou exatamente por isso. Ele não se enturmava, tinha dificuldades de adaptação a cidade e aos clubes. Quem acompanhava de perto notava, ele sempre quietinho fora da turminha.

Até chegar ao Flamengo, onde se sentiu em casa, ganhou confiança e se firmou. Desde então, é o melhor lateral direito do país jogando aqui. Perde pro Maicon, que joga muito, mas que joga na Inter. E quando um brasileiro joga na Europa ele se torna um craque pra maioria, mesmo que não jogue tudo isso.

Maicon é bom, muito bom. Daniel também, ambos melhores que o Léo. Mas em algum momento, nos últimos 5 anos, essa vaga na seleção deveria ter sido de Léo Moura.

Ele não é um injustiçado, de forma alguma. Ser ídolo do Flamengo e capitão deste clube é algo que poucos conseguiram. Léo conseguiu.

E se não lhe falta reconhecimento na Gávea e seleção já não é mais o ideal, o que mais Léo pode merecer?

Elogios, e não dos rubro-negros.

Aquele reconhecimento maduro e não de momento, que Léo ainda não teve nacionalmente por parte da imprensa, principalmente.

Há 5 anos o sujeito deita e rola na lateral do Flamengo. É autor de no mínimo 40% das jogadas de gol do time desde então. Se não cruza, passa por ele. É o sujeito de maior posse de bola no time há 3 anos.

Conquistou 3 cariocas, 1 brasileiro, 1 copa do Brasil. E lá está o Léo Moura, sempre tido como “o bom lateral do Flamengo”, mais nada.

Craque? Não, não cabe.

Mas cabe mais ao Léo. Mais marketing, mais grife.

O Flamengo não tem um “bom lateral”. Há 5 anos ele tem o melhor dos laterais que atuam neste país. O sujeito que raramente erra, que quando entra em má fase se recupera, que não falta em treino, que não faz leilão, que melhora sempre, que joga com amor a camisa e respeito a torcida.

Perdeu a linha uma vez, logo se desculpou.

Léo Moura só esteve em times grandes no Brasil. Foi mal em alguns, muito bem em outros. Mas nada se compara a sequência fantástica que ele vive na Gávea.

Sim, fantástica! Quantos jogadores jogam o tanto que o Léo joga e ficam 5 anos num clube brasileiro?

Ídolo de uma nação, pouco reconhecido pela seleção.  O melhor lateral direito do país merece mais grife.

E até uma convocação, porque não?

Hoje, quando tanto se fala na falta de ídolos, o Flamengo pode dizer que tem mais um.

Léo Moura é um dos raros jogadores de hoje em dia que conquistaram respeito sem fazer uso do marketing, das declarações polêmicas e das médias toscas com torcida e imprensa.

Chegou onde chegou porque jogou bola, só. O que aliás, muitos deviam fazer antes de pensar em virar pop-star.

abs,
RicaPerrone