Insubstituível

O Palmeiras monta mais uma vez um grande elenco. Deu certo em 2016 e pouco temos de argumentos para achar que não dará certo em 2017.  A idéia “muito jogador bom dá errado” é parecida com o “2×0 é um resultado perigoso”.  Basta querer olhar o lado ruim.

Guerra, Michel Bastos, possível vinda de Felipe Mello, com todo respeito ao clubismo que movimenta esse mercado, é de deixar qualquer um com inveja. O atual campeão se reforça, isso significa que ele não deitou no resultado.

Mas de todas as peças do quebra-cabeças palmeirense a mais importante não é Gabriel Jesus e nem tem como repor. A perda de Cuca é irreparável.

O Eduardo pode fazer um bom trabalho e até acho que fará. Mas entre Tite, Cuca e o resto, há uma distância ainda. Os dois sobram na turma e nos que prometem chegar nesse nível não está Eduardo ainda.

A parcela que se dá a um treinador é muito grande no Brasil. Mas ainda que se reduza muito, o Cuca tem um fator incrível na motivação do time, na capacidade de tirar o máximo do jogador e de trazer a torcida pra perto.  Eduardo é muito mais frio, mais tático que pessoal, quase o extremo oposto.

Esse choque pode fazer com que, daqui alguns meses, diga-se que “contratou errado o elenco”. E não. Não contratou.

O time era bom, o elenco forte, hoje é fortíssimo e pode melhorar ainda mais. Não há um time de estrelas pra dar show, mas há uma capacidade de reposição e mudança de jogo única no país.  Michel e Felipe eram titulares de Copa do Mundo em 2010. Guerra o melhor da América em 2016.

Futebol não tem receita. Se tivesse todo mundo seguia e ninguém acabava na série B. Mas de todas as escolhas do Palmeiras para 2017, o treinador me parece bem mais vulnerável que o elenco.

abs,
RicaPerrone