¿Hablas español?

Dois mil e dezesseis. Lá se vão mais de 40 anos de Campeonato Brasileiro, um século de futebol neste país e ainda tem gente que acha que mora em Madrid.

O Santos vence o Fluminense na Vila, sendo quarto colocado no campeonato, e alguns jornalistas chamam de “tropeço” do Flu.  No mesmo dia em que o Galo, cheio de desfalques (embora esse seja o padrão desde a estréia) empata com o Corinthians na Arena e é “mau resultado”.

Dos últimos 36 jogos o Corinthians perdeu 2 ali dentro, além do simples detalhe de ser o Corinthians, o que por si só o torna favorito em jogos em casa.  O Galo empata o jogo e como quem deixa de fazer uma “obrigação”, vê “o sonho acabar”.

Ora, quanto exagero.

Flamengo e São Paulo no Morumbi. Empate.  O Flamengo “vacilou” pra alguns.  Onde está a básica noção que deveríamos ter do que estamos tratando?  Não é campeonato espanhol. É Brasileirão, e a Chapecoense em casa é duríssimo adversário.

A expectativa Bayern que se cria dos favoritos é um fenômeno “Tyson” do Boxe. Ou você ganha todas por nocaute e vai invicto por 10 anos, ou você “não é tudo isso”.

Ah mas a fase do Corinthians…. E alguém aqui considera a fase do Boca quando vai lá e acha um empate?

É quase desrespeitoso achar que alguém tenha obrigação de ganhar de um dos grandes na casa do adversário como “obrigação”.  Atlético e Flamengo conseguiram bons empates fora e o Fluminense perdeu o jogo mais normal do mundo.

Aí vem o colega jornalista e diz: “perdeu pra ele mesmo!”.  Ora, que absurdo! Se perdesse pra ele mesmo levaria os pontos.  Perde-se para um adversário qualificado e grande.  Sob o olhar do tricolor, considera-se as chances que perdeu. Sob o olhar santistas, “poderia ser mais”.

É assim todo jogo. Embora alguns ainda tentem achar um Barcelona x Málaga pra encontrar um massacrante 8×0 no nosso campeonato, ele ainda não se rendeu a vergonha que é ter dois times voando e 18 tomando goleadas.

abs,
RicaPerrone