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Generalizo, sim!

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Outro dia falei sobre torcidas, e toda vez que faço isso ouço diversas vezes o mesmo discurso, covarde e hipocrita.  “Não generaliza!” ou “Quem generaliza perde a razão”.

Generalizo, sim senhor. Pois quando a generalização é um elogio ninguém tira da reta. Logo, não é muito justo o contrário. Ou quando alguém vem dizer que a imprensa é uma merda coloca “Menos esse, esse, esse, aquele…”, etc?

Quando você fala em “TORCIDA”, você está falando de uma característica de MASSA. Não está citando que TODO individuo daquele time é assim, mas sim que a maioria ou grande parte daqueles agem de certa forma.

É absolutamente correto dizer que o argentino tem um enorme amor próprio. O que não quer dizer que TODO argentino tenha.

Assim como é normal dizer que todo argentino é arrogante. O que, neste caso, quer dizer que são todos. (nao aguentei)

Mas, vamos as etapas mais simples do discurso.

“Que belo show da a torcida do Flu no Maracanã!”, diz o narrador.

Porque nessa hora eu nunca ouço alguém dizer: “Torcida do Flu o cacete! O João não cantou, o Pedro Paulo não veio, 2 amigos meus ficaram sem grana e tô vendo ali uma tia sentada sem agitar”?

Porque quando é elogio, todo mundo passa a ter o bom senso de entender o que foi dito. Quando não é, porém, qualquer argumento, por mais tosco que seja, ganha força pra se defender.

E o “não generaliza” é de lascar.

Fico imaginando o que quer um sujeito desses.

“A torcida do Corinthians, tirando o Almir, o Juca, o Leandro… , o Pedro e o Tadeu, é fiel”.

“A nação rubro negra, menos o Carlos, que ontem não agitou legal, deu show no Maracanã”.

Pô, vai dormir.

É claro que existem milhares de são-paulinos fiéis e doentes. Conheço centenas deles. Mas, em sua maioria, podemos dizer que não costumam agir assim historicamente. É apenas um registro, não uma critica.

São características de massa, de história, cultura, etc.

Ou você vai chamar as torcidas do Flu e do Palmeiras de racistas por terem menos negros que as demais?

Não vai né…

Generalizar é preciso quando se fala de uma enorme nação. E toda torcida de futebol é enorme, ao menos pra quem faz parte dela.

Se botafoguense eu fosse, acharia argumentos mentirosos para tentar me enganar e dizer que o Engenhão é longe. Mas eu sei, como todo botafoguense sabe, que ela é uma torcida caracterizada por não ir aos jogos em peso.

Assim como no Morumbi, entre os que de fato são, é absolutamente comum ouvir criticas a torcida do São Paulo. Ela, porém, não parte dos torcedores de mouse, mas sim dos que lá estão. Obviamente, ao escrever na web , estou lidando com boa parte dos mouse-torcedores.

Logo, estou generalizando.

Se elogiasse, estaria sendo justo.

Assim funciona sempre. Pra rubro-negros, tricolores, colorados ou alvi-negros. Seja qual for seu time, só se enxerga uma generalização quando é negativa.

Por isso, caros leitores, não venham com este papo… ops!

Leitores, não.  Me refiro aos 1335 que acham isso, tirando o Joaquim que hoje cedo mandou e-mail, o Antenor que mudou de idéia, o Pedro Lima que …..

abs,
RicaPerrone

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.