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Futebol é coisa séria?

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É sério. Muito sério o fato de 2 clubes que nem impostos pagam se juntarem num campo para jogar uma partida de futebol. Não sei qual impacto teremos na bolsa de Londres se o Teixeira cair, mas teremos.

Desconfio que a bolha imobiliária dos EUA tenha relação direta com o fato do Inter ter vencido o Barcelona no Mundial.  E posso afirmar a você, torcedor, que se seu time não ganhar domingo… não sei o que será da sua vida.

Você deve odiar o torcedor rival, além de querer matar todo e qualquer sujeito que ouse não exaltar seu clube ao abrir a boca sobre futebol.  É seu direito resumir sua vida a um jogo, afinal, a mediocridade as vezes é uma escolha.

Se você é daquele tipo que “Pelo meu time eu mato e morro”, então se mate. Porque matar dá cadeia, morrer por um time dá vergonha.

A relação futebol/torcedor mudou, e pra pior. O que era um lazer, e deveria ser até hoje, se tornou uma simples guerra pelo resultado. O que era “jornalismo esportivo” virou uma insuportável perseguição a dirigentes em busca de uma denúncia.

E o futebol, aquele jogo de domingo que unia pessoas, hoje destrói, separa e causa irritação.

Não vou tirar da reta, a imprensa é a maior culpada. Você, torcedor, acredite ou não, pensa, fala e vê o que nós te contamos. Se quisermos contar A, você vai saber A, se não, não saberá. Sozinho você não descobre, e sabe disso.

O que você chama, irritadinho, de manipulação eu diria que é apenas falha de comunicação. Ninguém na imprensa faz complô simplesmente porque somos rivais entre nós, logo, não sentamos pra combinar nada. É um mero delírio da cabeça de alguns.

Jornalismo no esporte é discutível. Você pode entender que o bom jornalista é aquele que denuncia, corre atrás do furo, acusa, insinua, não deixa barato… Mas quem disse pra você achar isso? Alguns de nós, não exatamente os que tem razão.

Outros podem achar  que não. Acham que futebol é lazer e como um produto de entretenimento deve-se vender o jogo, o espetáculo, os jogadores e a festa. Espaço para polêmicas e denúncias, é claro, mas bem menor do que o jogo em si.

É a filosofia americana, aquela que dá certo e que tanto pagamos pau. Lá não se menospreza o esporte nacional, não se faz de uma denúncia algo maior do que o jogo e não se trata nada com metade da seriedade que alguns tentam tratar aqui.

Ser sério não significa ser metido a intelectual. O problema é que precisamos parecer sérios, não ser.

Eu conheço o Tiago Leifert, não conheço o Léo Bianchi. Conheço sua reputação e sei que ele não faria por mal. Se fez, foi pela simples intenção de levar uma notícia num tom divertido e um jogador sorrindo pra sua casa. Essa é a linha do Tiago no programa, e é isso que tentam fazer. O absoluto oposto do que sugere a profissão hoje em dia.  Informe, denuncie, apure mas, sem jamais esquecer que “é só futebol”.

Talvez você prefira um programa que abra sério, denuncie o Teixeira, acuse o Luxemburgo e insinue 10 outras situações que não podem provar. Isso pode te fazer acreditar que eu sou o sério, os outros são “bonzinhos”, “covardes”, entre outros.

Cada um faz a sua maneira, mesmo sabendo que muitos estão dando tiros nos pés todo santo dia fazendo com que o torcedor veja mais o problema administrativo do clube ou da CBF do que o golaço de domingo.

Não, não falamos do Manchester. Se falassemos, falariamos das centenas de acusações de lavagem de dinheiro, envolvimento com coisa séria, etc. Mas aqui, se é o que temos pra passar, só exaltamos. E os bobocas em casa aceitam, acham o máximo e não enxergam que estão sendo, aí sim, manipulados a acreditar que a grama do vizinho é mais verde. Não é, e se for, o adubo passou por mãos tão sujas ou piores que as daqui.

A relação imprensa/torcedor acabou, apodreceu. Vocês odeiam a imprensa por 2 motivos.

1) Ela piorou muito, de fato.
2) Desde a internet é preciso odiar alguém todo dia pra ter do que reclamar nas redes sociais.

Você tem na sua mão o poder de optar. Você pode engolir o “jornalismo” que te enche de minhoca e transforma seu lazer de domingo num festival de investigações e denuncias como se isso fosse dinheiro público ou algo do gênero. Ou pode ver o jogo, rir do seu ídolo contando história, esperar as notícias confirmadas ou bem apuradas enquanto abre um espacinho para ouvir o que há de ruim no esporte.

O esporte é sério pra quem trabalha com ele. Pra você, não. E se for, você está errado.

Nós, que levamos o esporte até você, podemos te transformar num revoltado ex-fã de esporte ou num apaixonado torcedor que se diverte com aquilo.

Alguns de nós quer A, outros querem B.

Mas não. Esporte não é coisa séria. Pelo menos pro torcedor, não pode ser.

Se for, não é esporte. E se não é esporte, não é da editoria de esportes.

Logo, metade da imprensa esportiva nacional, hoje, deveria trabalhar nos sites de fofoca. A outra metade nas páginas policiais.

E você, torcedor, assinar o Diário Popular e não mais o Lance!.

abs,
RicaPerrone