Fica, professor!

Essa historia eu confirmei no ar com o Rogério e outros jogadores, portanto, vai com nomes.

Em 2005, após a conquista da Libertadores, Autuori passou por problemas pessoais e ficou meio dificil trabalhar. Não vou ficar entrando em detalhes porque não acho legal, mas, mexe com a vida da pessoa uma separação tendo filhos.

Enfim, no meio do Brasileirão, se não me engano após SPFC x Juventude, o treinador entregou o cargo e ia embora antes do mundial, alegando não ter condições de trabalhar, pois estava nervoso e sem conseguir focar no clube o que deveria.

A notícia correu nos jogadores antes de ir para a imprensa. Rogério, Amoroso e Lugano foram até o quarto do treinador e simplesmente o “proibiram de sair”. Disseram para ele ficar tranquilo que eles seguravam a bronca no Brasileirão, mas que no Mundial precisariam muito dele. Comovido, o treinador mudou de idéia e ficou, sem que isso sequer vazasse na mídia na época.

Em dezembro, em Tóquio, Autuori deu a maior preleção da sua vida (segundo jogadores) e mudou o cenário de um jogo. Dizem que o time sentia medo no dia anterior, que ouviram demais sobre o Liverpool e que seria muito difícil ganhar naquele clima.

Paulo mostrou um vídeo com todas as jogadas do adversário, conversou com o time na noite anterior e fez enfiar na cabeça de cada um que o SPFC não devia nada pros ingleses e que venceria o jogo se fizessem o que foi dito.

Me lembro até hoje que o Rogério me disse assim um dia: “Eu entrei na preleção achando que perderíamos. Saí tendo certeza que seríamos campeões. O Paulo foi foda!”.

E o Sérgio, preparador físico no clube há 29 anos, me disse: “Autuori me deu uma lição que eu jamais imaginei ainda ter no futebol. Me ensinou que respeito nem sempre se ganha com gritos e broncas. Ele não dá bronca, não grita. Mas, quando fala A, o time faz A. E se faz, ganha o jogo. “

abs,
RicaPerrone