Facilita, Joel!

Esquece o jogo contra o Olímpia, foi só “mais do mesmo”. O Flamengo joga mal, depende de um surto individual, a defesa erra tudo e os resultados são piores do que em 2011, onde tinha um para-raios para pagar a conta dele e a de outros tantos.

Vamos focar no time, nas escolhas, na idéia.  Abaixo, o Flamengo titular hoje.

– Se eu tenho 2 laterais ofensivos e 3 volantes, porque diabos meus laterais não estão na linha de fundo o tempo todo?

– Se Ronaldinho e Botinelli funcionam batendo de fora ou enfiando uma bola, porque estão apertos de lado pra área e não de frente, atrás dos atacantes?

– Se eu tenho, hoje, dois atacantes, porque mato 2 meias para virarem “quase pontas” e uso um só?

– Com 3 volantes que correm muito e não armam nada, dois meias abertos, quem pensa o jogo no centro do campo, ali onde a bola fica 70% do jogo?

Você pode então sugerir uma outra idéia. Tudo isso é pra se defender, talvez. Mas não, não é. E se for, é burrice.

Veja na próxima imagem com quantos jogadores o time adversário tem que “se preocupar” e, portanto, se prender por isso. São 3, o que libera muito mais gente do time rival pra agredir o Flamengo.

– Se minha zaga é ruim, e a do Flamengo é ruim, porque eu vou expor esta defesa a mais problemas do que o previsto?

– Com Ronaldinho, Botinelli, Deivid e Love faço meu adversário se preocupar. Só com Love na frente faço ele vir pra cima de mim.

– É melhor defender com o adversário em cima de você ou fazendo com que ele não seja “maluco” de sair e te dar espaço?

Agredir e ameaçar sempre foi a melhor forma de se defender. Ninguém faz das costas do Daniel Alves uma avenida no Barcelona. Não porque ele não deixa, mas porque ele é mais perigoso pra você do que você pra ele. E é essa a lógica do time grande, ou deveria ser.

Vamos supor, Joel, que você faça questão de jogar com estes 11 titulares. Tudo bem, a gente pode ponderar em cima disso.

Abaixo, fazendo o bom uso do fato de ter 3 volantes para poder liberar seus laterais e, portanto, criar mais duas alternativas ofensivas.


Que tal? Resolve? Não, mas ajuda. Faz mais sentido.

Mas nem vou ficar em cima dessa alternativa, pois a considero apenas a melhor “diante destes 11”. Podendo mexer, dá pra ir além.

O Flamengo ideal, prático, básico e mais eficiente teria este time:

Vamos lá, parceiro. Foca no óbvio.

– Ronaldinho centralizado, porque aberto marcando o pau da bandeirinha é tudo que ele quer pra ser omisso. Se quando chega ele acerta e o problema é que ele não vai atrás, então faça com que a bola chegue nele mesmo que ele não a procure.

– De frente pro gol Ronaldinho e Botinelli podem chutar a gol.

– Love e Deivid, juntos, prendem mais do que 2 zagueiros. É preciso sobra e assim sendo, os adversários dançam com mais um lateral. Um lateral a menos subindo, um lateral a mais do Flamengo com liberdade pra apoio.

– Ao cruzar na área, ou seja, ao ir a linha de fundo, não terão o Love contra 2 zagueiros. Terão 2 centroavantes contra 2 zagueiros. As chances de sucesso pelo alto aumentam muito.

– Quanto menos gente agredir a defesa do Flamengo, melhor. E com 2 volantes, um lateral ficando e 2 zagueiros, está pra lá de bom.

– 442 simples impede “dificuldades de adaptação” de jogador chorãozinho. Treina assim desde que nasceu, então é só jogar.

Não inventar, as vezes, é o maior mérito de um técnico. Talvez Joel não queira fazer isso pela incrível mania que criamos de achar que só é mérito do treinador quando ele inventa, improvisa e descobre um lateral que era meia.

Mas não. Num 442 o Flamengo tem time, tem fator de desequilibrio e acaba protegendo sua defensa na medida em que causa mais problemas ao adversário do que o contrário.

É melhor ser o problema do sujeito do que ele ser problema seu.

E hoje, todo mundo é problema pro Flamengo, que não tem sido grande problema pra ninguém.

abs,
RicaPerrone