Eu tenho pena deles

Sim, eu sei que vocês são ricos e fazem algo fascinante. Mas ainda assim sinto pena de vocês.  Abel, Luxemburgo, Caio Jr, Tite, entre tantos outros reféns da vagabundagem alheia no futebol brasileiro. É pesado? É! Mas o termo é esse: Vagabundagem.

No dicionário a palavra significa “aquele que não gosta de trabalhar”, logo, me parece bem colocada. O que esta geração de jogadores faz em campo chega a dar vergonha.

Eu vejo 33 rodadas de futebol e times quase na ponta da língua para serem escalados. Muda uma coisinha aqui, outra ali, mas o trabalho está feito e não serão mudanças táticas de última hora que vão determinar derrotas e vitórias.

Quem joga é jogador, apesar de hoje em dia isso não ser mais entendido por muitos.

Ler e ouvir comentários de torcedores e até colegas durante o jogo me dá a nítida sensação do futebol ter virado um FIFA Soccer e os técnicos os jogadores.  Eles erram, eles acertam, eles cabeceiam, eles fazem tudo.

Hoje, com os óbvios Angelim e David nas vagas de Alex e Wellington, consegui ouvir criticas ao Luxemburgo. Quando ele coloca o time com 1 volante de oficio pra manter o Thomás, garoto que todos defendiam ser mantido, ninguém abre o bico. Quando toma o gol, não foi o goleiro, o lateral, ou mérito alheio. Foi o técnico.

Ontem o Fluzão jogou uma partida de várzea. Foi o Abel? É óbvio que não! Treinador muda detalhes, mas quem erra passes de 2 metros são jogadores profissionais muito bem pagos para ficarem “nervosinhos” com decisões.

Cadê o senhor Ronaldinho Gaúcho, meninão de 1,3 milhões por mes que DESAPARECE sempre que é chamado para uma decisão? O Luxemburgo disse pro Thiago Neves e pra ele, hoje: “Não joguem nada hein?! Quero ver vocês ali sumindo do jogo!”?

E o coitado do Tite? O time dele morrendo de medo de perder do América, perdeu. Ele não fez nenhuma invenção mirabolante, porcaria nenhuma! Hoje venceu e só o fato do time ter recuado vai pra conta do técnico.

Pelo amor de Deus, gente! O único “tonto” que deu brecha pra levar a culpa nas últimas rodadas foi o Caio Jr. que inventou mudança tática numa partida em casa e se quebrou todo. Esse aí, mesmo não sendo “o culpado”, correu o risco.

Agora, os que não inventaram nada depois de 33 rodadas vão levar a paulada por esses “vagabundos” que não tão nem ai pra nada, que tem medo de final e que são muito mais celebridades do que profissionais do futebol?

Que jogador de futebol assiste o adversário se o técnico não mandar? Que jogador de futebol busca algum conhecimento extra por fora pra melhorar?

São robôs. E robôs são melhores, pois não tremem quando mandam ele decidir.

O final deste brasileirão é um festival de jogadores MEDROSOS correndo da responsabilidade.

Treinador não é mais treinador, é Babá.  Ele cuida da vaidade, cuida do cabelo do cara, cuida da hora que ele chega, porque nem o mínimo de responsabilidade eles precisam ter mais.

Se o cara atrasa, beleza! A torcida cobra, mas quando acaba o jogo, quem dança?

O técnico.

Abel, Tite, Luxa e Caio Jr. estão apanhando por hábito.

Você dirá: “Mas não são todos!”. É claro que não! Temos um Dedé, um Adriano que adora decidir, entre tantos outros. Mas a maioria, convenhamos, é sacanagem.

Hoje eu tive que ouvir que o Flamengo só perdeu pro Coxa, lá, porque o Luxemburgo não levou Negueba e Muralha. Ah, vai arrancar o tampão do dedão na rua antes de falar de futebol, vai….

O time em campo foi o time que vem jogando ha 1 ano com um detalhe a menos: Cadê os caras? Sumiram.

O Fluminense que ganha do Inter lá, em casa, some diante do América lanterna e alguém quer me dizer que o Abel escalou mal o time e por isso não foram suficientes pra acertar 3 passes em sequencia por 90 minutos?

Olha pro jogo, gente! Olha onde começam os lances de perigo, veja se os erros são individuais ou coletivos. Veja se os jogadores “incontestáveis” estão rendendo.

Técnico escolhe 11, dá treino e pronto. Quando ganha de 1×0, é o “mágico Loco Abreu”, quando perde de 1×0 com 3 gols perdidos pelo mesmo Abreu, o Caio Jr é uma anta.

E calma lá! Eu teria levado o Muralha, teria escalado o Flu diferente e acho o Caio um técnico bem comum, se vocês querem saber.

Mas agora, em novembro, quando a onça vai beber água é muita sacanagem tirar o foco dos caras e meter no mesmo cara que esteve ali enquanto eles chegavam até aqui.

O maior salário já é do técnico em alguns clubes, todo jogo a coletiva é do técnico, o primeiro mérito quando um time vai bem é pro técnico e quando perde quem cai é ele.

Afinal, é playstation ou futebol?

Estamos criando uma geração de vagabundos.

Depois não reclama quando a seleção refletir isso.

Que aliás, não é novidade.

abs,
RicaPerrone