Entreguem!

O torcedor não precisa ter vergonha de pedir que seu time faça o que qualquer pessoa não hipócrita gostaria de vê-lo fazer. E se possível, de forma escancarada, que é pro deboche ser ainda maior.

Mas o torcedor não pode ser levado a sério quando se administra algo que envolve dinheiro.

Fosse o Brasileirão uma liga composta por clubes com donos ou algum raciocinio lógico, o Fluminense entraria domingo pra ganhar de qualquer forma.  Entenderiam os organizadores do campeonato, tal qual a diretoria do Flu, que a perda de um grande rival para o ano seguinte apenas serve para diminuir o interesse, o impacto, as vendas e o nível do campeonato.

Quem se importa com o campeonato?

Eu, torcedor, também ia querer derrubar de sacanagem.  Mas o problema é que aqui o dirgente é um torcedor de gravata. Entre a birra pessoal dele com o outro dirigente e o bem maior, adivinha o que mais lhe interessa?

O Fluminense tem em suas mãos duas oportunidades.  A de ouvir sua torcida e fazer a mesma gracinha que SPFC e Palmeiras fizeram para que ele fosse campeão e que fatalmente alguém amanhã fará para tirar um título dele. Ou usar a imagem mal construída de “clube do mal” para ser o exemplo do clube que se dá ao respeito e faz diferente.

Pro Flu, o Vasco é fundamental. Como o Inter pro Grêmio, como o Palmeiras pro Corinthians.  O futebol respira rivalidade e sem ela não faz sentido. Se não cabe a você entender isso, caberia a alguém envolvido com seu negócio.

E de quem é esse negócio?

De torcedores. Nada mais.

Logo, não sendo o último e nem o primeiro, a tendência não é que alguém lhes diga: “Entreguem!”.

Mas que ninguém lhes explique o que está em jogo além da risadinha de segunda-feira.

Não quero convencer você, torcedor, de que deseje ganhar o jogo.  Mas sim que entenda o porque os pontos corridos não podem existir no Brasil e a necessidade que temos de transformar os clubes num negócio com donos.

Enquanto isso, vamos ser menores do que gozar com o pau dos outros. Vamos apenas rir da broxada alheia.

abs,
RicaPerrone