Entre a pureza e a burrice

Ah, Japão! Nem sempre a vida repete as chances e por isso você deve aproveita-las.  Hoje você era surpresa se ganhasse, mas não considero zebra porque isso cabe a times pequenos contra grandes e em campo não havia nenhuma seleção grande.

Embora a Bélgica tenha sim um time melhor e talentoso, ela tem a mesma representatividade no futebol que o Japão. Portanto, “zebra” é demais.

Inclusive porque nos 90 minutos vimos o Japão ser de fato melhor em boa parte do jogo. Fazer 2×0 com justiça, ter alguns contra-ataques a seu favor e sofrer um gol sem querer.

Mas dali pra frente vem a síndrome japonesa no futebol: conviver entre a burrice e a pureza.

A pureza é quando se tenta ganhar sem fazer uso de malandragem. Japonês não faz cera, não se joga, não prende a bola.  A burrice é tentar ir fazer um gol do meio da rua aos 49 minutos dando ao time adversário todo espaço para contra-atacar em seguida.

O gol da Bélgica foi lindo, mas bastante fácil de fazer. O Japão arriscou tudo, e convenhamos, não tem bala pra isso.

Vem a Bélgica. E sim, será um jogo diferente. A zebra que não sabe se fechar. Contra um Brasil que se defende bem demais. Mas que perdeu seu melhor marcador no meio.

E sim, eu acho sim que a Bélgica é “zebra” na Copa até que ela conquiste algo e deixe de ser. A Holanda nunca foi campeã e não é zebra. Se trata de constância, protagonismo, história. A Bélgica pode construir uma. Mas é fato: não tem.

abs,
RicaPerrone