Enfim, consciência

Tem time que é pra vibrar com cada drible. Tem time que é pra comemorar lateral.

A torcida do Flu, não a toa, se acostumou em esperar o chapéu, o golaço, o título.  Recente, mas já acostumada.

Desde o começo do ano me parece uma dificuldade terrível em administrar o fato de não ter mais aquele time todo que ganhava quando queria. Por idade, barriga cheia, vendas, contusões ou má fase. O Flu que fazia o que queria, não faz mais.

Demorou. Mas acho que, enfim, entenderam.

É pra vibrar com carrinho, não pra esperar o lançamento genial.  É “time de guerreiros”, no máximo.

E ali na arquibancada do Maracanã eu vi a torcida do Flu sentir isso pela primeira vez no ano de forma mais coesa.  No primeiro tempo, a dúvida entre as vaias pra alguns e o apoio incondicional.

Sabe quando a torcida abraçou o time e nem notou? Num carrinho do Edinho… O mais vaiado.

Ele brigou 3 vezes pela mesma bola e quando conseguiu afastá-la, a torcida reagiu. No lance seguinte um jogador do Flu correu loucamente por uma bola perdida. Minutos depois o gol de empate.

Já eufórica com a chance dos 3 pontos novamente clara, a torcida esqueceu do volante que paga pelos erros do time todo. Edinho acertou tudo desde então.

Veio Felipe, Samuel, Luxa queria resolver.  Sacou um volante, abriu de vez.

Num surto de “burrice”, Felipe não viu Sobis sozinho na esquerda e virou pro outro lado. O “aaaahhhhhhh” no estádio alertou, tarde demais.  Sobis ainda sozinho recebeu num segundo momento e aproveitando o público já em pé aguardando o passe de Felipe que não aconteceu, rolou pra Wagner virar o jogo.

E ali, com um 2×1 suado contra a fraca Portuguesa, caiu a ficha.

“Guerreiros, guerreiros! Time de Guerreiros”, cantaram.

Carrinhos e mais carrinhos. Divididas eufóricas. Bolas pro alto, cabeçadas na defesa comemoradas e um final de jogo apoteótico e comum.

Vencer a Lusa no Maracanã não quer dizer nada. Reencontrar a direção, talvez.

Este Fluminense não pode brilhar. Pode lutar.

E com vocês, luta mais forte.

Guerreiros. Time de guerreiros.

abs,
RicaPerrone