É a história

Eu sei que você espera mais um texto cheio de clichês sobre “a humanidade não deu certo”, “cenas lamentáveis”, “até quando…?”, etc. Mas não vai rolar.

Primeiro porque qualquer sujeito por mais estúpido que seja sabe que “lamentamos” a briga. Gostaríamos de um jogo sem a violência, embora ela seja tradicionalmente parte do show. E sim, toda vez que houver uma disputa de muita rivalidade e contato físico, haverá o risco de briga.

Na sua rua, no seu colégio ou na Copa do Mundo. Pessoas são pessoas e não há cargo ou faculdade que faça alguém ter total equilibrio sobre seus sentimentos e instintos.

A cara de “Ohhh que surpresa!” da mídia me irrita um pouco. Não é a primeira, nem a última. E qualquer pessoa que viva futebol sabe que isso acontece de vez em quando. Talvez não com tantos expulsos, mas eu já vi umas 10 brigas bem piores que essas.

Sou a favor do direito do jogador em provocar. E do direito do rival em reagir.

Como ele vai reagir? Não sei. Mas se ele agredir, cartão vermelho. Se só tirar satisfação, amarelo. Existem regras que protegem todos os tipos de reação. Basta arcar tanto com a provocação quanto com a reação.

Eu adorei as embaixadinhas do Edílson. E adorei o pontapé do Paulo Nunes. Simplesmente porque é parte do jogo você tomar uma atitude debochada, e também causar uma reação exagerada.

Não se trata de politicamente correto ou não. Trata-se de cobrar os cartões, condenar quem agrediu, JAMAIS condenar o direito a tirar um sarro na hora do gol, e segue a vida.

É feio. É lamentável. Mas em 10 anos expira o discurso de 100% das pessoas e numa mesa de bar todos dirão com a cerveja nas mãos: “Porra, lembra daquele Ba-vi?!”. E que esquecerá?

abs,
RicaPerrone